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Coluna do PVC

Alemanha, Itália e Espanha iniciam temporadas com inimigo comum: hegemonia

PVC

18/08/2017 10h26

O Bayern gastou 110 milhões de euros para contratar o volante francês Tolisso, do Lyon, o zagueiro Sule e o volante Rudy, do Hoffenheim,  10 milhões destes apenas pelo empréstimo de James Rodriguez, por dois anos. Para se ter uma ideia do que isto representa, o Borussia Dortmund gastou 42 milhões de euros em reforços e o Leipzig, em torno de 40 milhões. O dinheiro do Bayern é muito maior e isto reflete-se em títulos nos últimos cinco anos.

Já foi diferente. No início da década de 1990, por cinco temporadas consecutivas, foram cinco campeões diferentes. A última vez. Kaiserslautern em 1991, Stuttgart em 1992, Werder Bremen, em 1993, Bayern e 1994 e Borussia Dortmund, em 1995.

O contra-ponto é que o equilíbrio daquele tempo contrastava com a crise de público na Alemanha. Havia média de 24 mil pessoas por partida. Hoje, com 43 mil por jogo, a Bundesliga carrega mais gente para os estádios do que qualquer outro torneio.

Carlo Ancelotti conduz o Bayern, que deve ter como principais adversários o Borussia Dortmund, agora dirigido por Peter Bosz, vice-campeão da Liga Europa pelo Ajax, e Leipzig, da dupla Forsberg e Timo Werner, agora também com Augustin, ex-Paris Saint-Germain.

Na Itália, nunca houve hegemonia igual à da Juventus. Hexacampeã italiana, 33 escudetos, sem contar os trofeus cassados de 2005 e 2006, a Juve não tem perseguidores. A Roma, dirigida por Eusebio Di Francesco, parece o mais forte. Mas nos últimos anos nem ela, nem o Napoli, de Maurizio Sarri, conseguiram transformar qualidade em campo em pontos suficientes para ameaçar a Juve.

Massimiliano Allegri perdeu Bonucci, ganhou De Sciglio e Matuidi. Milan e Internazionale têm dinheiro chinês. Ainda não se vê o reflexo no campo, apesar do bom início de temporada do Milan, com três vitórias na fase preliminar da Liga Europa e com goleada por 4 x 0 sobre o Bayern, na pré-temporada.

Na Espanha, o problema não é a hegemonia. Mas a perspectiva dela, depois de o diário Marca decretar que se iniciou a Era Madrid. É precoce dizer. O que se vê é que o Barcelona não está igual e até mesmo Piqué admitiu que, pela primeira vez em nove anos, se vê em condição de inferioridade em comparação com o Real Madrid.

Vale atenção ao Atlético de Madrid, invicto na pré-temporada, com três vitórias e três empates. A partir de setembro, jogará no seu estádio, o Wanda Metropolitano. Pode ser uma motivação extra para tentar seu décimo-primeiro título espanhol.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.