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Coluna do PVC

A Ventura d'Italia

PVC

10/11/2017 21h10

Gianluigi Buffon avisou em entrevista ao jornal La Gazzetta dello Sport, semana passada, que a Suécia faria tudo à perfeição. O time de Janne Andersson segue a cartilha do 4-4-2 de maneira disciplinada. Todo mundo sobe junto ao ataque, retorna junto à defesa. "Se jogamos uma partida nota 6, perderemos. Se jogarmos 6,5, empatamos. Se disputarmos um jogo nota 7, vamos ganhar", disse Buffon.

A Itália fez uma partida nota 6.

Nada imperfeito, mas sem brilho nem talento. Verratti, o jogador diferente do meio-de-campo, passou a bola burocraticamente. Ainda levou o cartão amarelo que o tira do jogo de volta, em Milão. O melhor da Itália foi Darmian, autor de um cruzamento perfeito para Bellotti cabecear no início da partida, rente à trave. Depois, de um chute na trave, quando o jogo já era vencido pelos suecos.

A Suécia também não fez nada genial. Tirando uma bola entre as pernas de Barzagli, o meia Forsberg, do Leipzig, o mais perfeito de seus jogadores perfeitos, não produziu quase nada. O centroavante Berg, ex-PSV, meteu-se em confusão com Chiellini minutos antes do gol de Johansson, meia do AEK Atenas, que substituiu Ekdal, do Hamburgo, durante o segundo tempo.

A Suécia fará outro jogo firme, sem brilho, em Milão. Grande chance de fazer um gol, o que obrigará a Itália a marcar três.  Mais um sinal do equilíbrio existente nos dias atuais entre as grandes seleções. A Itália é a 15a colocada no ranking da Fifa. A Suécia, 25a., já tirou a Holanda da Copa, vigésima colocada.

O pecado da Itália é confiar seu destino ao técnico Giampiero Ventura, que lançou a Azzurra numa viagem estranhamente comprada pela imprensa italiana, de cultura tática extremada, de dizer que seu time jogava num 4-2-4, porque usava dois pontas na linha de quatro homens do meio-de-campo, Candreva pela direita, Insigne pela esquerda.

Na hora de decidir, a Itália jogou num bom 3-5-2, estruturado, mas sem talento nem criação. Apostar em Ventura foi aventura.

Ganhar da Suécia e ir à Copa da Rússia não será fácil.

 

 

 

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.