Só Grêmio e Corinthians terão vida fácil na Libertadores
É óbvio que não há jogo fácil na Libertadores e os finalistas que se revezam com campanhas impressionantes como a do Independiente del Valle, em 2016, ou do Lanús, em 2017, indicam que o perigo vem de onde menos se espera. Isto não exclui que se façam análises preliminares com base no que os clubes apresentam no dia do sorteio da Libertadores. Deste ponto de vista, o Corinthians terá vida mais fácil contra o Independiente em processo de desmanche, Millonarios e Lara, de Baquisimeto, do que o Palmeiras, na chave do Boca Juniors.
O mesmo vale para o Grêmio, contra Cerro Porteño, Defensor e Monagas da Venezuela, comparado com o Flamengo, que enfrentará River Plate, Emelec e possivelmente Santa Fé, da Colômbia.
O Santos também pode sofrer contra Estudiantes e, talvez, Nacional de Montevidéu.
Abaixo, a análise grupo a grupo depois do sorteio de quarta-feira à noite da Libertadores 2018:
GRUPO 1
GRÊMIO, CERRO PORTEÑO, DEFENSOR E MONAGUA
O maior rival do Grêmio é o Cerro Porteño, classificado como melhor representante paraguaio, dirigido pelo colombiano Leonel Alvarez e com figuras conhecidas do futebol do Brasil. Casos de Ortigoza e Victorino, ex-Palmeiras, Alvaro Pereira, lateral-esquerdo uruguaio, ex-São Paulo. O Defensor pode ser perigoso e seu destaque é Boselli, atacante de 18 anos, que disputou o Mundial Sub-20 pela seleção do Uruguai. O Monagua tem Vicente, meia espanhol do Valencia, campeão nacional de 2002 e 2004. É o campeão venezuelano e fica em Maturín, interior da Venezuela. É mais fácil ganhar do que chegar até lá.
Palpite – Grêmio e Cerro Porteño
GRUPO 2
ATLÉTICO NACIONAL, BOLÍVAR, COLO COLO E DELFIN
O Atlético Nacional será dirigido pelo técnico Jorge Almirón, que levou o Lanús à final da Libertadores 2017. É favorito da chave, pelo investimento que fará, pelo treinador recordista de posse de bola na última edição, mas também pela lembrança do título de 2016. Ocorre que a taça há dois anos não serviu para evitar o vexame da eliminação na fase de grupos, contra Botafogo e Barcelona de Guayaquil, em 2017. O Bolívar tem a altitude e Juan Carlos Arce, ex-Corinthians. Já eliminou o Flamengo, em 2014. O Colo Colo deu sorte de não enfrentar brasileiros, porque seus últimos seis encontros com times daqui acabaram em eliminação. Tem Valdivia e Fierro e o trabalho do técnico argentino Pablo Guedes, há mais de um ano. O Delfin, vice-campeão equatoriano, perdeu jogadores e não deve surpreender.
Palpite – Atlético Nacional e Bolívar
GRUPO 3
PEÑAROL, LIBERTAD, THE STRONGEST E TUCUMAN
O campeão uruguaio tem o ponto favorável da manutenção do trabalho do técnico Leonardo Ramos, que levou ao título nacional. Mas abusa de veteranos, como o argentino Maxi Rodriguez e Cristian Rodriguez, que fracassou no Grêmio em 2016. Cebolla Rodriguez é o artilheiro do time. O Libertad chega como segundo melhor time paraguaio, tem o técnico Fernando Jubero, do Guaraní do Paraguai que eliminou o Corinthians em 2015. O Strongest perderá jogadores importantes, como Chumacero e Pablo Escobar, mas mantém a base há quatro temporadas. O patinho feio é o Tucumán. Classificado como vice-campeão da Copa Argentina, é o atual 15o. colocado da Superliga de seu país.
Palpite – Libertad e The Strongest
GRUPO 4
RIVER PLATE, EMELEC, FLAMENGO E G-1 (Santa Fé, Macará, Tachira, Santiago Wanderers ou Melgar)
Se vier o Santa Fé, dirigido pelo uruguaio Gregorio Pérez, este será o grupo mais forte da Libertadores. Mas já é uma pedreira contando River Plate e Emelec. O River vai investir, cogita Lucas Barrios ou Pratto, mantém o técnico Marcelo Gallardo e, apesar da campanha ruim no Campeonato Argentino, mira a Libertadores com um elenco forte, destaque para Gonzalo Martínez e Scocco. Foi semifinalista em 2017 e segue forte. Na história, o Flamengo enfrentou o River em 1982. Ganhou no Maracanã por 4 x 2 e por 3 x 0 em Buenos Aires. O Emelec é o atual campeão equatoriano e tem como destaque o atacante Preciado. Eliminou o Flamengo em 2012 e 2014. Não vai ser fácil.
Palpite – River Plate e Flamengo
GRUPO 5
CRUZEIRO, UNIVERSIDAD DE CHILE, RACING E G3 (Vasco, Concepción, Wilstermann, Universitario ou Oriente Petrolero)
O grupo é bem difícil. Mais para os outros do que para o Cruzeiro, favorito da chave se mantiver Hudson e a estrutura deixada por Mano Menezes. Recentemente, em 2014, o Cruzeiro atropelou a Universidad de Chile na fase de grupos da Libertadores, com 5 x 1 no Mineirão e 2 x 0 em Santiago. Esta Universidad tem o técnico Angel Hoyos e o meia David Pizarro, ex-Internazionale, Udinese e Roma, como destaques. O Racing será dirigido por Eduardo Coudet, o mesmo técnico do Rosario Central que eliminou o Palmeiras e o Grêmio em 2016. Daquela vez, só perdeu para o campeão. Lautaro Martínez é destaque da equipe. O Vasco tem de se estruturar e conhecer seu presidente, mas pode brigar pela segunda vaga se chegar organizado.
Palpite – Cruzeiro e Racing
GRUPO 6
Santos, Estudiantes, Garcilaso e G 2 (Nacional, Chapecoense, Independiente del Valle ou Banfield)
Vai ficar difícil se vier o Nacional, mesmo sem a força de outros tempos e com jogadores que se mantêm como o centroavante Aguirre. Mas o tricolor de Montevidéu vende quem aparece. Perdeu o jovem meia Rodrigo Amaral, da seleção sub-20, para o Racing da Argentina. O Estudiantes terá Lucas Bernardi como treinador, o mesmo do Godoy Cruz, eliminado pelo Grêmio em 2017. Bernardi foi jogador de Marcelo Bielsa e adota o 4-3-3. O Garcilaso foi vice-campeão nacional e tem o meia Albarracin como possível destaque.
Palpite – Santos e Estudiantes
GRUPO 7
CORINTHIANS, INDEPENDIENTE, MILLONARIOS E LARA
O Corinthians é o grande favorito do grupo, por causa de alguns fatores. O primeiro é o desmanche do Independiente, que perdeu o técnico campeão da Copa Sul-Americana, Ariel Holan, o atacante Ezequiel Barco e pode se desfazer dos onze titulares que venceram o Flamengo. Um novo time terá de surgir para incomodar o campeão brasileiro. O Millonarios é a segunda força da chave, dirigido por Miguel Angel Russo, campeão da Libertadores pelo Boca Juniors, em 2007. O destaque da equipe é a dupla de ataque. Del Valle ocupa o lado direito do ataque e prepara jogadas para Riascos, ex-Cruzeiro e Vasco. Russo escala a equipe num 4-2-3-1. O Lara imporá uma grande dificuldade: a viagem a Baquisimeto.
Palpite – Corinthians e Millonarios
GRUPO 8
BOCA JUNIORS, PALMEIRAS, ALIANZA E G4 (Carabobo, Guaraní, Olimpia, Montevideo Wanderers ou Junior de Barranquilla)
O grupo terá três campeões se o Olimpia fizer campanha superior à do ano passado, quando caiu na segunda eliminatória contra o Botafogo. Aldo Bobadilla foi o quarto técnico da equipe em 2017. Resta o veterano atacante Roque Santa Cruz, que estreou na Libertadores em 1999, num grupo que tinha o Palmeiras, campeão daquela edição. O Olimpia também tem o zagueiro Edcarlos, ex-São Paulo. A força da chave é o Boca Juniors. Óbvio. O atacante Pavón é ótimo, o volante Pablo Pérez também. O técnico é Guillermo Barros Schelotto, que disputou final em 2000 e semifinal em 2001 contra o Palmeiras. O Boca é forte e lidera o Campeonato Argentino, mas o Palmeiras e seu elenco fortíssimo podem se tornar um time mais competitivo. O Alianza é dirigido pelo uruguaio Pablo Bengoechea. Classificou-se como campeão peruano.
Palpite – Palmeiras e Boca Juniors
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