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Coluna do PVC

Depois de Butragueño, Lugano quer conversar com Zubizarreta sobre função

PVC

31/01/2018 13h18

Diego Lugano telefonou e conversou com ex-jogadores que ocupam cargos diretivos em clubes importantes do mundo, antes de formatar sua nova função no São Paulo. Entre os contatos, estão Diego Rivarola, atacante argentino que se tornou assessor desportivo da Universidad de Chile, e Emilio Butragueño, cuja função no Real Madrid é apontada como referência para o que o zagueiro uruguaio desempenhará a partir de agora, no São Paulo.

Lugano falou sobre ter Butragueño como parâmetro em sua entrevista coletiva de apresentação. Procurou o ex-atacante, que participou de 463 partidas e marcou 171 gols em doze anos de carreira pelo Real Madrid. Antes de ser diretor de relações institucionais do time espanhol, El Buitre conquistou o Campeonato Espanhol seis vezes (1986, 1987, 1988, 1989, 1990 e 1995).

"Ele foi muito receptivo", diz Lugano. Roberto Carlos, que jogou com Lugano no Fenerbahçe, da Turquia, fez a intermediação para ajudar a que Lugano fosse atendido por Butragueño.

Há confiança no São Paulo de que o trabalho conjunto dos três ídolos, Raí, Ricardo Rocha e Lugano, não se confunda, e que ajude o clube a recuperar identidade. Ajude a evitar casos como o de Cueva, sobre quem Raí disse que faltava comprometimento com o projeto do São Paulo, semana passada.

Lugano conversou também com Diego Rivarola e pretende ter diálogo com Zubizarreta, ex-goleiro e ex-diretor de futebol do Barcelona, hoje dirigente do Olympique de Marselha, na França. "Rivarola é direrente, porque é um assessor desportivo. Butragueño participa de decisões", diz Lugano.

Zubizarreta foi demitido do Barcelona em 2015, por assumir a responsabilidade por contratações que causaram a suspensão da Fifa para contratações nas janelas de transferências. Antes, ajudou a montar a equipe campeã da Champions League da temporada 2014/15.

O cargo de superintendente de relações institucionais é pomposo e o modelo é o que o Real Madrid faz com Butragueño. Ao mesmo tempo em que pode representar o Real Madrid no sorteio da Champions League, El Buitre trabalha com as divisões de base e é a imagem do clube merengue.

Diferente de Butragueño, formado em ciências econômicas e empresariais, Lugano ainda não tem formação acadêmica. Embora falte ao futebol brasileiro a soma do conhecimento empírico ao acadêmico, não é isso necessariamente o que impede de dar certo. A ideia do São Paulo é construir uma referência de equipe, uma espécie de código de conduta do clube, para recuperar o desejo dos jogadores atuarem no Morumbi.

O caso Cueva, que se recusou a viajar para Mirassol semana passada, é visto como um divisor de águas. Quem joga no São Paulo precisa entender a importância disso. Raí, Ricardo Rocha e Lugano têm a missão de ajudar a recuperar esse orgulho.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.