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Coluna do PVC

Alemanha não perdia desde Eurocopa e há vinte jogos

PVC

27/03/2018 18h43

A Alemanha entrou em campo com quatro titulares indiscutíveis: Kimmich, Kroos, Draxler e Boateng. O Brasil tinha nove, ausências sentidas de Marquinhos e Neymar. A quem afirmar que não foi o teste mais perfeito, porque faltaram Neuer, machucado, Ozil, Thomas Muller, Hummels, Hector, Timo Werner e Khedira fica a lembrança de que se dizia que o time de Joachim Löw era reservaço na Copa das Confederações e até hoje sobrevivem Goretzka, Kimmich, Stindl, Werner, Draxler, Brandt, Sandro Wagner…

Além disso, com reservas ou titulares, a Alemanha não perdia desde a semifinal da Eurocopa, quando perdeu para a França, em 7 de julho de 2016. Eram 14 vitórias e seis empates, antes de cair em Berlim.

O Brasil mostrou força.

Entre os que atuaram no 7 x 1, dava empate. Três alemães entre os 14 escalados há quatro anos: Kroos, Boateng e Draxler, que entrou depois. Também três brasileiros: Marcelo, Fernandinho e Willian, escalado na segunda etapa, no fatídico 8 de julho.

Importante mesmo é que o Brasil jogou bem em Berlim.

Se fossem os dois times titulares e o Brasil vencesse, ainda assim seria completamente diferente na Copa do Mundo, se houver confronto.

Mas para o Brasil era importante enfrentar a Alemanha. Como cair da bicicleta e subir de novo para não manter o trauma.

Aos 10 minutos, Coutinho teve a primeira chance e desobedeceu a Tite, que manda definir a jogada quando se está no mano a mano. A Alemanha cresceu depois da décima volta do ponteiro e criou com Gundogan, aos 16. O Brasil não conseguiu ter mais posse de bola (47%), mas criou de novo com Gabriel Jesus, em condição legal, aos 35 minutos. O menino do Manchester City fez tudo certo, mas chutou errado, por cima.

Na jogada seguinte, recebeu cruzamento perfeito de Willian, que tem jogado demais, e contou com a enorme colaboração do goleiro Trapp, reserva do Paris Saint-Germain.

O segundo tempo começou como se houvesse a senha de que o Brasil se soltaria, com a confiança de poder vencer. Criou com Paulinho e Trapp evitou o segundo gol. Com Coutinho e nova defesa do arqueiro alemão

A Alemanha entendeu que existem diferenças fundamentais entre a seleção brasileira atual e a do 7 x 1. Bem entendido, a do 7 x 1 tinha questões específicas, emocionais, táticas e agravadas pelos desfalques de seu craque e de seu capitão. Mas esta é muito mais compacta e combativa. Um terço dos desarmes aconteceu no campo de ataque, quatro por Coutinho, três por Willian, até os 30 minutos do segundo tempo.

É claro que o teste não reproduz o que poderá acontecer na Copa do Mundo. Mas o Brasil mostrou solidez.

Que os titulares da Alemanha voltem bem.

E que o Brasil tenha Neymar num eventual encontro em julho.

Na Alemanha, o Brasil venceu pela sétima vez. Empatou uma e perdeu quatro. Não é mau.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.