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Coluna do PVC

O centroavante fura retranca

PVC

20/06/2018 20h27

Diego Costa foi o cara certo no lugar certo, para que a bola rebatesse em sua canela e fosse ao fundo do goleiro Beranwand. Espanha 1 x 0 Irã, depois de 54 minutos de tentativas frustradas para furar o mais estreito bloqueio defensivo da Copa do Mundo. Mais do que o da Islândia.

Aos 18 minutos, enquanto a Espanha trocava passes em frente à grande área iraniana, o zagueiro Hosseini estava na risca da grande área e o atacante Azmun antes da intermediária. Usando a distância entre a marca do pênalti e da meia-lua da grande área como referência, a separação entre as linhas do Irã era de 9,15 metros. Aproximadamente.

Não é fácil entrar em defesa nenhuma assim. Aparentemente, o aumento do número de gols de bola parada (46% de acordo com o critério deste blog) e a diminuição de vitórias fáceis dos favoritos tem a ver com este futebol que está virando handebol. Tem hora que parece uma parece humana apenas.

A rigor, o Irã jogou num 4-1-4-1. Mas as linhas se sobrepunham de maneira a tirar toda a chance de a Espanha fazer o primeiro gol. Até que o lateral-direito Rezaei chutou na canela de Diego Costa.

O centroavante não está morto. No jogo França 2 x 1 Austrália, a entrada de Giroud permitiu o pivô que deixou Pogba em condição de finalizar. Em Inglaterra 2 x 1 Tunísia, Harry Kane solucionou o problema com dois gols de oportunismo. Nem todo mundo tem e nem sempre dá certo, mas nestes três casos um centroavante típico ajudou a furar o bloqueio defensivo.

Quarta-feira, 20/junho/2018
IRÃ 0 x 1 ESPANHA – 15h, 21h

Local: Kazan Arena (Kazan); Juiz: Andrés Cunha (Uruguai); Público: 40.718; Gol: Diego Costa 9 do 2º; Cartão amarelo: Omid, Amiri
IRÃ (4-1-4-1): 1. Beiranwand (6,5), 23. Rezaein (5), 19. Hosseini (5), 8. Pouraliganji (6) e 3. Hajsafi (6) (5. Mohammadi 24 do 2º (5)); 9. Ebrahimi (5); 17. Taremi (6), 23. Ramin (5), 11. Amiri (5) (14. Ghodaas 40 do 2º (sem nota)) e 10. Ansarifard (5) (18. Jahanbakhsh 29 do 2º (sem nota)); 20. Azmun (4). Técnico: Técnico: Carlos Queiroz
ESPANHA (4-1-4-1): 1. De Gea (6,5), 2. Carvajal (6), 3. Piqué (5), 15. Sergio Ramos (6) e 18. Alba (5,5); 5. Busquets (6); 21. David Silva (6,5), 22. Isco (7,5), 6. Iniesta (7) (8. Koke 26 do 2º (5,5) e 11. Lucas Vásquez (6,5) (20. Asensio 34 do 2º (sem nota)); 19. Diego Costa (7) (9. Rodrigo 44 do 2º (sem nota)). Técnico: Fernando Hierro
Posse de bola – 30% x 70% – Finalizações – 5 x 17
Homem do jogo Fifa – Diego Costa
Homem do jogo PVC – Diego Costa

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.