Gabriel Jesus não é caso inédito em Copas do Mundo

Gabriel Jesus chega às quartas-de-final sem fazer gols e cobrado por vestir a camisa 9 e não balançar as redes. Dificilmente Tite não vai tirá-lo do time contra a Bélgica, sexta-feira, em Kazan. Sua participação tática é uma das razões. No final da partida contra o México, Gabriel Jesus jogava marcando pela esquerda, enquanto Neymar e Coutinho aproximavam-se da grande área defendida por Ochoa.

Outra razão é saber que há casos semelhantes, de centroavantes que não marcaram até as quartas-de-final. O caso mais marcante transformou Paolo Rossi de vilão em herói. Nas quatro primeiras partidas da Copa do Mundo da Espanha, em 1982, Rossi não fez gols contra Polônia, Peru, Camarões e Argentina. Fez três contra o Brasil, no quinto jogo, dois na Polônia, na semifinal, e um na decisão contra a Itália.

À parte o caso emblemático de Paolo Rossi, há pelo menos três outros campeões do mundo sem gols até as quartas-de-final. Tostão já disse que jogava, sim, como centroavante, na Copa do Mundo de 1970, embora fosse ponta-de-lança, camisa 8, no Cruzeiro. Jogou uma Copa brilhante, no México. Seus dois únicos gols aconteceram contra o Peru, nas quartas-de-final. Na época, a fase que define os semifinalistas era o quarto jogo da Copa.

O mesmo aconteceu com Vavá, em 1962. Nos três primeiros jogos da Copa do Mundo, não marcou. Fez contra a Inglaterra, nas quartas-de-final, depois duas vezes contra o Chile, na semi, e mais um contra a Tchecoslováquia, na finalíssima.

O último e caso mais recente é o de Luca Toni. Centroavante da Itália campeã mundial de 2006, Toni passou em branco contra Gana e Estados Unidos, na primeira fase. Não disputou a terceira partida contra a República Tcheca e também não marcou contra a Austrália, nas quartas-de-final. Só desencantou no quinto jogo, contra a Ucrânia, em Hamburgo. Marcou duas vezes contra a Ucrânia.

Depois, não fez gol nem na semifinal contra a Alemanha, nem na decisão contra a França. Foi campeão mundial.