Hellmann explica construção do Inter e sofrimento após acesso
O tempo sempre mostra a diferença entre o boato e a informação. Em dezembro do ano passado, dizia-se que Odair Hellmann não seria o técnico do Internacional em janeiro. Odair ficou. No início do Campeonato Gaúcho, questionava-se se ele permaneceria na derrota seguinte. Ficou. Perdeu o primeiro Grenal, caiu por 3 x 0 no segundo e foi frio para explicar a razão: "A diferença entre o Grêmio e o Internacional, hoje, é um ano e meio." Referia-se ao tempo de amadurecimento que o Grêmio teve para ser campeão da Libertadores, enquanto o Colorado ia à segunda divisão e esforçava-se para voltar. Oito meses depois, Hellmann é um dos três sobreviventes dos clubes da Série A. Só Mano Menezes, Renato Gaúcho e Hellmann estão no cargo desde janeiro. Nesta rápida conversa, o técnico colorado, vice-líder do Brasileirão, explicar o processo de reconstrução.
PVC – No início do ano, a cada derrota dizia-se que você poderia ser demitido. Como avalia ser um dos três que permanecem entre os vinte clubes da Série A?
ODAIR – A gente tinha um processo de reconstrução para fazer. Assumi o time nos três últimos jogos da Série B e sabia que tinha de começar a montar uma nova equipe com toda a dificuldade que havia. No início, o mais complicado é fazer o time perceber que as coisas não vão voltar para trás. Porque parece, a cada derrota, que vai voltar o pesadelo. À medida em que o tempo passa e as vitórias chegam, o grupo começa a perceber que é uma nova história. Que temos um caminho bom para percorrer. Hoje em dia, uma derrota é apenas uma derrota. Os jogadores já sabem disso.
PVC – Como foi na derrota para o Grêmio por 3 x 0, em março?
ODAIR – Aí ganhamos o segundo Grenal por 2 x 0 e quase nos classificamos. Veja, é preciso entender que nosso time ainda está se montando e que estamos brigando contra seis trabalhos mais consolidados. O Corinthians investe há dois anos, o Palmeiras tem um investimento grande, o Flamengo tem a mesma estrutura há dois anos, o Grêmio faz o mesmo trabalho há três anos. Do nosso lado, o Guerrero chegou agora, o Zeca chegou há dois meses, o Jonatan Álvez está conosco há vinte dias… Mas o time foi se estruturando. Nós temos uma ideia. Hoje, nós temos um time e uma identidade.
PVC – Na série A, há sete treinadores que não foram jogadores. Você foi volante do Inter, Fluminense. É correto dizer que você é do grupos dos estudiosos e também dos ex-jogadores?
ODAIR – Eu também vim do estudo. Comecei no Internacional em 2009 na avaliação técnica. Depois, fui assistente no sub-17, no sub-20, passei por todas as categorias. Tentei chegar ao estágio em que estou agora preparado para todas as questões. Saber me relacionar com todos os setores.
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