A paz não existe no Corinthians
Um clube que conquistou o Campeonato Paulista em abril, no estádio do maior rival, foi campeão brasileiro no ano passado, não ganhou nada em 2016, mas foi campeão brasileiro em 2015, passou em branco em 2014, foi campeão paulista e da Recopa em 2013, venceu Libertadores e Mundial em 2012… Um clube assim deve saber lidar em paz com um momento de crise provocado pela saída do técnico, do preparador físico e de sete jogadores para o exterior em meio à campanha do Brasileirão.
Não resistir ao êxodo não é culpa de Osmar Loss. É decisão do Corinthians, que fez contratos como pôde e entendeu, nas palavras de seu presidente, que não é possível resistir ao assédio do exterior. Há quem resista. O Palmeiras perdeu cinco jogadores para o estrangeiro, desde o início do Brasileirão e o São Paulo perdeu seis, mas ninguém precisou abrir mão de tantos fundamentais: Balbuena, Rodriguinho e Sidcley. Também deixaram o Parque São Jorge, Maycon, Marquinhos Gabriel, Kazim e Léo Príncipe.
A lista assim, em ordem de importância, dá noção dos que fazem falta em campo e dos que você só percebe quando olha para o banco de reservas e quase se desespera. Faltam opções.
Osmar Loss dá aulas de futebol, a cada conversa. Será uma pena se for vítima do êxodo, no Corinthians. Neste ano, o Corinthians perdeu 18 vezes, contando o amistoso contra o Rangers, da Escócia. Destas, nove foram com Carille e nove com Loss. No ano passado, o Corinthians perdeu nove vezes nos 19 jogos do segundo turno.
A pior crise do Corinthians não é de resultados, nem do estádio de Itaquera. O cenário mais sombrio é não aumentar a arrecadação há cinco anos, não sair do patamar e R$ 350 milhões, enquanto Flamengho e Palmeiras já ultrapassaram os R$ 500 milhões/ano. Mesmo sem ter superado este patamar, no ano passado o Corinthians não vendeu ninguém para o exterior, neste ano perdeu sete durante o Brasileirão.
É claro que não está bom. O único jeito de sair dessa é olhar para a situação global e não apontar para o técnico ou para um jogador. Ou o Corinthians enfrenta a situação atual com realismo, ou aprofunda a crise para os próximos anos.
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