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Coluna do PVC

São Paulo barra Nenê, mas não cresce

PVC

20/10/2018 19h59

O São Paulo não jogou bem contra o Atlético Paranaense, não passou do empate por 0 x 0, dentro do Morumbi, diante de um público que expressa o desânimo da torcida: 13 mil torcedores, contra os 37 mil da média do time no campeonato. O segundo pior público do Tricolor no Brasileirão 2018, acima apenas da estreia contra o Paraná Clube, em abril.

No sábado à noite, a novidade não foi a qualidade do futebol, em declínio desde o início do segundo turno, mas as ausências de Jucilei e Nenê, substituídos por Luan e Gustavo Carneiro.

Não parecia provável a troca de Nenê. Investigar seus números ajuda a entender por que Diego Aguirre procurou em Gustavo Carneiro mais agressividade.

Contra o Corinthians, seis dias depois da Copa do Mundo, Nenê deu 22 passes certos, 2 errados, fez um desarme, duas finalizações, um passe para gol. Foi ativo

Contra o Internacional, há uma semana, foram 16 passes certos, três errados, nenhum desarme, duas finalizações. Contra o Palmeiras, duas semanas atrás, seis passes certos, cinco errados, nenhuma finalização, nenhum desarme, nenhuma jogada decisiva.

A impressão de quem está nos treinos diários é a de que Jucilei e Nenê, nas últimas semanas, perderam agressividade e passaram a amarrar o jogo são-paulino. Não podem ser os vilões, mas podem recuperar a força que possuíam logo depois da paralisação da Copa do Mundo. Nesse caso, irão ajudar.

Acontece que, especialmente sem Nenê, o São Paulo não melhorou. Teve apenas 33% de posse de bola na primeira etapa e começou o segundo tempo pior ainda. O melhor jogador são-paulino foi o zagueiro Bruno Alves.

Nenê entrou aos 23 do segundo tempo, no lugar de Diego Souza, o que produziu vaias pela escolha do atacante substituído. Diego Souza não jogou bem. Mas é fato que Aguirre optou pela vitalidade em detrimento de quem decidiu mais jogos, junto com Éverton, no melhor momento são-paulino na campanha, entre julho e agosto.

Quando Nenê entrou, o Atlético Paranaense já criava as melhores oportunidades, todas com Nikão e Renan Lodi do lado esquerdo, em cima do improviso do lateral-direito Araruna. Num desses lances, Pablo cabeceou no travessão.

Depois, o São Paulo ainda chutou uma bola na trave e criou a última oportunidade em cabeceio de Trellez, aos 46 do segundo tempo, excelente defesa do goleiro Santos, do Atlético Paranaense.

Não passou do insosso 0 x 0, não venceu nenhum de seus últimos seis compromissos e pode fechar a rodada nove pontos atrás do líder.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.