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Coluna do PVC

Virada do Flamengo é muito menos provável do que em 2009

PVC

19/11/2018 10h23

O tropeço do Palmeiras contra o Paraná Clube, em Londrina, e a vitória do Flamengo contra o Sport, no Recife, podem produzir a memória da virada rubro-negra de 2009. A maior reviravolta da história dos pontos corridos fez o time carioca arrancar da décima colocação, doze pontos atrás do líder, para o título, no intervalo de quinze rodadas. Até o 23o jogo, o Fla não ultrapassava o meio da tabela e, na trigésima jornada, viajou ao Parque Antarctica ainda com nove pontos a menos do que o Palmeiras. O triunfo por 2 x 0, gols de Petkovic, diminuiu a distância para seis pontos, faltando oito jogos. O Palmeiras terminou em quinto lugar, fora até mesmo da Libertadores. O Flamengo foi campeão.

É completamente diferente o cenário, hoje, levando em conta a classificação a três partidas do fim da temporada.

Daquela vez, na 35a rodada, o Flamengo já havia ultrapassado o Palmeiras e perseguia o novo líder, o São Paulo. A classificação mostrava o Tricolor com 62 pontos, dois a mais do que o rubro-negro e três a mais do que o alviverde. O Fla assumiria a liderança ao vencer o Corinthians, na penúltima jornada.

A classificação atual se assemelha mais à de 2016. No ano em que Gabriel Jesus e Dudu conduziram o Palmeiras ao troféu, o time dirigido por Cuca tinha 71 pontos, contra 66 do Flamengo, a esta altura da campanha. A pontuação era exatamente igual à atual, só com o Santos entre os dois candidatos ao título. Dirigidos por Dorival Júnior, os santistas somavam 67 unidades.

Aquele Palmeiras foi campeão na 37a partida, vencendo a Chapecoense por 1 x 0, no Allianz Parque.

Campeão, no entanto, o Palmeiras só será quando alcançar pontuação impossível para seus rivais. Hoje, isso significa chegar aos 76 pontos. Pode ser menos. Nunca o vice-campeão somou 73, o que o Palmeiras pode conseguir se vencer o América Mineiro, quarta-feira.

Histórias incríveis no futebol brasileiro indicam que não faz bem festejar antes da hora. A mais inacreditável foi a volta olímpica conduzida pelo zagueiro Onça, do Flamengo, depois de empatar contra o Botafogo pela Taça Guanabara de 1968. O torneio era independente do Campeonato Carioca. O empate por 0 x 0 deixava os rubro-negros a um empate do troféu e enfrentaria o modesto Bonsucesso. Pois o clube rubro-anil venceu por 2 x 0, gols de Gonçalves e Morais.

O Botafogo já excursionava pelo Brasil e foi chamado às pressas para um jogo extra, no domingo seguinte. Ganhou por 4 x 1. A volta olímpica de Onça virou mico.

Nas três rodadas que restam, o Flamengo disputará três finais. Isso obrigará o Palmeiras a também ter a faca entre os dentres.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.