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Coluna do PVC

Athletico campeão porque decisão se ganha

PVC

13/12/2018 00h40

Decisão não se joga. Ganha-se.

É o que explica a vitória athleticana num jogo em que escapou de perder.

O Junior de Barranquilla teve pelo menos três oportunidades claras de fechar o jogo no segundo tempo. Foi soberano. Depois de duas boas jogadas de Luis Díaz, pela esquerda, e de gol de cabeça de Téo Gutiérrez, o Junior enervou o Athletico Paranaense e começou a explorar os erros de passes e transformá-los em contra-ataques quase mortais.

O Athletico Paranaense foi melhor na primeira etapa, conduzido por boa atuação de Raphael Veiga, autor do passe para o gol de Pablo. Mesmo assim, depois de anotar, o Athletico Paranaense optou por atrair o Junior. Os colombianos tocavam a bola e criavam oportunidades. A partir do 1 x 0, uma única chance clara athleticana. Passe de Veiga para Pablo finalizar e Viera tirar no primeiro minuto da segunda etapa.

Aí, um massacre. Contra-golpes precisos, atuações de gala de Luis Díaz, Barrera e Téo Gutiérrez. Só uma bola vadia poderia dar ao Athletico Paranaense o troféu nos noventa minutos.

Veio a prorrogação com o Athletico Paranaense um pouco mais calmo e tentando controlar a partida com a bola no pé. Mas seguiu sofrendo com a velocidade de Luis Diaz no setor do lateral Jonathan. Num deles, Téo Gutiérrez quase marcou, de puxeta. Em outro, Yony González pediu pênalti. Quem melhorou foi Rony. Sua velocidade era arma contra o lateral Piedrahita, veterano do Tolima que eliminou o Corinthians, em 2011. Faltava levantar a cabeça para o passe decisivo.

Além de Rony, a única arma athleticana era a torcida.

Até que Téo Gutiérrez deixou o excelente Yony González frente a frente com Santos, que cometeu pênalti inquestionável. Barrera chutou por cima. Incrível o Junior ter desperdiçado duas cobranças na série decisiva. O outro, cobrado por Pérez, poderia ter dado a vitória aos colombianos em Barranquilla, se não chutasse na trave quando o placar mostrava 1 x 1.

Renascido, o Athletico Paranaense criou chance com Bergson. Viera desviou para escanteio.

Não deu tempo de evitar os pênaltis, mas chegou vivo à decisão por penalidades máximas.

Vivo mais ainda pela absoluta incompetência do Junior para cobrar. De quatro pênaltis, os colombianos erraram dois, com Téo Gutiérrez e Fuentes. Renan Lodi o que poderia ser o decisivo. Perdeu também. Ficou para o veterano zagueiro Thiago Heleno a bola do título. Chutou com raiva.

Sem jogar bem na decisão, mas com campanha brilhante, o Athletico Paranaense é campeão da Copa Sul-Americana

FINAL
JOGO DE VOLTA
Quarta-feira, 12/dezembro/2018
ATLÉTICO PARANAENSE 1 x 1 JUNIOR – 21h45

Local: Arena da Baixada (Curitiba); Juiz: Roberto Tobar (Chile); Público: 40.263; Gols: Pablo 26 do 1º; Téo Gutiérrez 12 do 2º; Cartão amarelo: Jonathan (38'), Yony González (76'), Narváez (78'), Gomez (91')
ATLÉTICO PARANAENSE: 1. Santos (6,5), 2. Jonathan (5), 4. Thiago Heleno (6,5), 14. Léo Pereira (5,5) e 6. Renan Lodi (6); 3. Lucho González (4,5) (28. Wellington 26 do 2º (5,5)) e 16. Bruno Guimarães (5); 10. Marcelo Cirino (6) (9. Rony, intervalo (6)), 7. Raphael Veiga (6) e 11. Nikão (5,5) (22. Marcinho 9 do 1º da prorrogação (5,5)); 5. Pablo (7) (30. Bergson 8 do 1º da prorrogação (5)). Técnico: Tiago Nunes
Banco: 12. Felipe Alves, 9. Rony, 13. Paulo André, 22. Marcinho, 26. Márcio Azevedo, 28. Wellington, 30. Bergson
JUNIOR: 1. Viera (6,5), 20. Piedrahita (5), 21. Gomez (5,5) (13. Ávila, intervalo da prorrogação (5)), 5. Pérez (6) e 17. Fuentes (6,5); 15. Narváez (5,5); 10. Barrera (7,5), 6. James Sánchez (6) (18. Yony González 26 do 2º (6,5)), 24. Cantillo (6) e 23. Luis Díaz (8); 29. Téo Gutiérrez (8,5). Técnico: Julio Comesaña
Banco: 12. Chunga, 4. Murillo, 13. Ávila, 7. Hernández, 28. Serje, 11. Moreno, 18. Yony González
Nos pênaltis: Narváez (Gol), Jonathan (Gol), Fuentes (Trave), Raphael Veiga (Gol), Pérez (Gol), Bergson (Gol), Téo Gutiérrez (Fora), Renan Lodi (fora), Viera (Gol), Thiago Heleno (Gol)

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.