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Coluna do PVC

Flamengo entre a tensão do Ninho e a alegria do Maracanã

PVC

24/02/2019 18h11

O domingo rubro-negro começou com entrevista coletiva. Só não vale a palavra parabéns, porque o encontro com a imprensa e a permissão às perguntas deveria ter havido dez dias atrás. Mas dar margem ao contraditório, por si só, muda a relação do Flamengo com o público. O presidente Rodolfo Landim explicou sobre o atendimento às famílias, acolhidas em hotel do Rio de Janeiro, e negou os valores divulgados pelo Ministério Público no processo de indenização.

Pecado é usar a palavra "fatalidade." Ainda que se precise olhar com atenção ao que dirá a perícia, o melhor vocabulário para o que houve no Ninho do Urubu é "incêndio." Por que ele foi causado, de quem é a culpa, se houve, o Corpo de Bombeiros dirá nos próximos dias. A responsabilidade é do Flamengo sobre quem estava dentro de suas instalações. Quando fala publicamente, Rodolfo Landim não nega que o Flamengo tenha de assumir o ônus de tudo o que houve.

Depois da tensão da entrevista, que prosseguirá com negociação durante a semana com os familiares, veio a festa do Maracanã.

Nem tanto pelo placar fácil construído contra o frágil Americano. Não há mais sombra do que houve um dia em Campos dos Goytacazes. O Flamengo fez sua parte na estreia na Taça Rio, com gol a um minuto de partida, de Vitinho, repetido no início do segundo tempo. A bola parecia estar contra Gabriel, que desviou na trave. Amiga do segundo jogador mais caro da história rubro-negra, a pelota voltou no pé direito de Vitinho.

Em seguida, Gabriel fez as pazes e marcou seu primeiro gol com a camisa vermelha e preta. Diego fechou sua boa atuação com o quarto gol: 4 x 1.

O resultado não é importante. O Americano não é parâmetro. Mas é o que existe de possibilidade do calendário para fazer a formação base jogar. Neste domingo, sem Bruno Henrique e sem Éverton Ribeiro.

Desapontada com a derrota no Fla-Flu, a torcida compareceu em número bem menor o que os 43 mil de média da Taça Guanabara. Foram 24 mil pagantes, 26 mil torcedores presentes. Mesmo assim, a média de pagantes no Maracanã para ver o Flamengo é a maior do século, em campeonatos estaduais: 39 mil por partida.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.