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Coluna do PVC

Itaquera faz parte do mapa do futebol

PVC

18/05/2019 09h18

O ano da graça de 2012 foi também dos titulos da Libertadores e Mundial de Clubes do Corinthians. O plano de sócios Fiel Torcedor dava demonstrações seguidas de fôlego e o Pacaembu enchia. A média de todas as partidas do Corinthians naquela temporada foi de 23 mil torcedores por partida, segundo o site Meu Timão.

Hoje, o Corinthians leva 33 mil por jogo. Havia quem julgasse que a mudança para Itaquera tiraria gente da arquibancada. O efeito foi inverso.

Há quatro anos, quando Corinthians e São Paulo se enfrentaram na fase de grupos da Libertadores, questionava-se como os torcedores sairiam do estádio em tempo de chegar ao metrô e voltar para a região central da cidade.

Incrível como ninguém perguntava antes como se saía do Pacaembu, a pé pela ladeira da rua Major Natanael, em tempo de pegar o metrô Clínicas aberto e voltar até a zona leste.

O problema era o mesmo e, embora pudesse afligir menos gente, implicava o risco de gente trabalhadora de Itaquera a São Miguel dormir em algum lugar no meio do caminho.

O metrô funciona até 00h20, os jogos começam agora quinze minutos mais cedo e Itaquera faz parte do mapa. Como Arena Corinthians é nome provisório, até que algum dia sejam vendidos os naming rights este blog prefere dizer estádio de Itaquera.

Porque repete a lógica histórica das nomenclaturas dos palcos do futebol em São Paulo, sempre apelidados pelo nome do bairro e sem aumentativo: Pacaembu, Morumbi, Canindé. Ou pelo lugar: Parque Antarctica, Rua Javari e Vila Belmiro.

Itaquera está no mapa e na história. Em 1982, sem contar o mando da final contra o São Paulo, a Democracia Corinthiana disputou o Campeonato Paulista para 24 mil torcedores. Tevez e Nilmar ganhatam o Brasileiro de 2005 com 27 mil de média.

Hoje o Corinthians leva 33 mil por jogo e pode chegar a 48 mil. Requer trabalho e planejamento para alcançar essa meta. Cinco anos depois de sua inauguração, Itaquera faz parte do mapa do futebol e a distância até lá é bem menor do que o tamanho da paixão.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.