Queda de Abel mostra Flamengo refém de seu próprio sucesso
Um velho amigo rubro-negro costumava dizer, no meio dos anos 1990, que o Flamengo era refém do sucesso dos campeões mundiais de 1981. Por muito tempo, a imprensa e a torcida só aceitavam ver times do Flamengo especiais. Mas o clube não tinha condição, àquela época, de formar equipes assim. Nunca o Rubro-negro será uma equipe defensiva. Abel queria um time de menos toques laterais, mas sempre com controle da bola no campo de ataque. A média de posse no ano é de 53%. Sua média de aproveitamento de 67%, o segundo melhor depois da posse de Eduardo Bandeira, ou seja, desde que o Flamengo voltou a ter condições de competir.
Ocorre que o Flamengo parece refém de seu próprio sucesso depois de sua grande reforma. Diminuir a dívida pela metade e ter poder aquisitivo para comprar jogadores fez muitos torcedores julgarem que é preciso vencer todos os jogos e sempre com brilho. Essa precisa ser a meta, mas com serenidade para alcançar objetivos, dando passo após passo, corrigindo decisões sem gerar crises.
O limite da pressão tem de ser a razão.
Quando uma diretoria pressionada deixa vazar que o técnico será obrigado a escalar os titulares no jogo de sábado contra o Fortaleza e nenhum dirigente se manifesta para afirmar publicamente que o treinador terá a decisão enquanto estiver no cargo, a situação revela que os pressionados perderam a capacidade de tomar decisões sem dar satisfações aos críticos.
Atrapalha.
O Flamengo tem de projetar um time que seja hegemônico, que trate bem a bola, jogue no ataque e bonito. Mas isso só vai acontecer em um ambiente de serenidade. Foi o que mais faltou nestes primeiros cinco meses do ano.
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