Neymar cortado tem ônus e bônus
Mário Sérgio ensinava que em algumas situações parece que Deus escala.
No meio de uma crise, Neymar sofre lesão de ligamentos do tornozelo direito e está cortado da Copa América.
Nem a lembrança da frase do craque dos anos 70 e 80 retira a certeza de que não há nada positivo no caso Neymar.
Seja a modelo Najila Mendes uma impostora, seja Neymar um agressor, nada no episódio é positivo.
Nem mesmo a suposta retirada de pressão do grupo de jogadores da seleção, com Neymar ausente da Copa América.
Sim, há o bônus de não haver mais carros de polícia batendo à porta da Granja Comary. Para o craque, a chance de cuidar apenas de sua forma física e, principalmente, dos esclarecimentos necessários à investigação.
Mas há o ônus da seleção brasileira, sem sua referência técnica.
Por mais que permaneçam líderes como Daniel Alves, Thiago Silva, Miranda e Casemiro, todas as grandes crises da seleção acontecem quando uma geração rompe com outra sem elo de ligação.
Não houve problema, nem mesmo o vice-campeonato da Copa América, quando Ronaldo começou a ser titular da seleção, porque se juntava à geração de Bebeto e Romário. Diferente foi quando Zico, Sócrates e Falcão não eram mais convocados, no final dos anos 1980, e a geração de Bebeto, Romário, Jorginho e Dunga passava a ser referência.
A seleção da Copa América 2019 terá líderes, mas o ataque não terá ponto de referência. Será de Richarlison, Éverton, David Neres, Firmino, GAbriel Jesus e Phillippe Coutinho. Mesmo que os últimos três tenham participado da campanha da Rússia, não formam o elo com os mais jovens.
Vai dar trabalho equilibrar uma equipe que disputou oito partidas depois da Copa do Mundo e não brilhou em nenhuma.
Valem, no entanto, as lembranças de que a geração de 1989 terminou campeã da Copa América disputada no Brasil. E que as últimas duas conquistas continentais, em 2004 e 2007, foram alcançadas com seleções mistas. Ronaldo, Kaká e Ronaldinho Gaúcho não estiveram no Peru, em 2004. Kaká e Ronaldinho Gaúcho não disputaram a Copa América da Venezuela, em 2007 (veja a foto).
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