Seleção e seu pior público em 18 anos
A maior goleada da seleção brasileira desde 2012 registou o menor público desde 2001.
Brasil x Panamá, 9 de agosto de 2001, registrou 15.549 torcedores.
Nunca mais o Brasil jogou para tão pouca gente quanto no Beira-Rio, 9 de junho de 2019: 16.521.
Em parte pode ser pelo valor dos ingressos. O preço médio, com a renda de R$ 1.202.890 dividida pelo público de 16.521 é de R$ 72.
Caro.
Mas há também o desânimo com a seleção, reforçado pelo caso Neymar e pela frustrante convocação de Willian.
Não é novidade que o debate em torno da seleção avance pelo lugar comum de que a torcida não liga mais para a seleção. Mas há muito momentos de contradições nesse discurso, porque o público comparece em número muito maior do que em Porto Alegre. Mesmo na era Tite, houve estádio cheio na Arena da Amazônia para Brasil x Colômbia (45 mil), em Natal contra a Bolívia (30 mil num estádio com capacidade para 31 mil) ou no Mineirão contra a Argentina (53 mil).
Também não é de hoje que, em crises, o Brasil leva pouca gente.
Na estreia na Copa América de 1989, na velha Fonte Nova com capacidade para 80 mil torcedores, a seleção colocou 13 mil pessoas para ver a partida contra a Venezuela. Havia crise entre o povo baiano que protestava contra a ausência de Charles, centroavante do Bahia. Do marasmo da Fonte Nova, o Brasil passou para festa no Recife e lotação do Maracanã na final contra o Uruguai, com 132 mil pagantes.
O que parece grave hoje é a seleção levar seu menor público em 18 anos num momento em que o público cresce, mesmo que timidamente, no país. O Flamengo tem média de 43 mil torcedores por partida no Brasileirão, o Corinthians tem 35 mil, o Palmeiras alcançou 31 mil.
A média de público do time de Tite em território brasileiro é de 35.575, em nove partidas. O Beira Rio vazio, no entanto, acende a luz de alerta.
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