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Coluna do PVC

Richarlison faz Tite mudar jeito de o Brasil jogar

PVC

15/06/2019 09h30

Richarlison é o único jogador escalado por Tite em todos os onze jogos da seleção brasileira, depois da Copa do Mundo.

Antes da partida contra a Bolívia, Arthur compartilhava a honraria.

Mas a ausência do volante do Barcelona e a escalação como titular do atacante do Everton fizeram Richarlison ter a exclusividade do recorde. Incrível que tenha sido chamado pela primeira vez apenas por causa do corte de Pedro, do Fluminense, em agosto do ano passado.

A lesão do joelho do centroavante tricolor fez Tite chamar Richarlison pela primeira vez e escalá-lo no segundo tempo contra os Estados Unidos.

Até o jogo contra Camarões, em novembro, Richarlison seguia como suplente. Naquele amistoso, entrou no lugar de Neymar, lesionado ainda na primeira etapa, e fez o gol da vitória brasileira por 1 x 0.

Em 2019, foi titular em todas as atuações do Brasil.

Nas onze partidas pela seleção, tem três gols e dois passes decisivos. Participa de 17% das ações de gol.

Na entrevista coletiva de Tite, o treinador explicou por que mudou o posicionamento de Daniel Alves, deixando-o mais avançado em comparação com Fernandinho. Poderia ser porque Daniel está um ano mais velho em comparação com o período pré-Copa do Mundo. Se não tivesse lesão, se disputasse o Mundial da Rússia, Daniel jogaria junto com Paulinho e o segundo volante não seria escalado em função defensiva, como ocorreu contra a Bolívia.

Na Copa América, Tite libera Daniel e usa Fernandinho para fazer a cobertura. "Para dar amplitude", explicou Tite.

Em seguida, Tite disse que Richarlison não ocupa a ponta, entra em diagonal, aproxima-se mais do centroavante do que Willian e Coutinho faziam nas eliminatórias e na Rússia.

A pergunta seguinte é se Daniel Alves mudou depois da Copa do Mundo, ou se sua alteração de posicionamento deveu-se à escalação Richarlison. Tite responde: "Richarlison."

"Nós mudamos o desenho do time", completa o assistente Cléber Xavier.

Richarlison é a expressão da simplicidade, quando conversa com jornalistas na zona de entrevistas. Enquanto a maioria dos jogadores dá duas respostas e foge da terceira pergunta, Richarlison para todas as vezes em que é solicitado: "Não tinha percebido que sou o único a jogar todas as partidas depois da Copa. A gente torce pelo Pedro, fiquei muito triste por ele. Tive a oportunidade e estou tentando mostrar meu futebol."

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.