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Coluna do PVC

Tite completa três anos de seleção com novas e velhas pressões

PVC

19/06/2019 19h17

Tite completa três anos como técnico da seleção brasileira nesta quinta-feira (20), numa situação muito semelhante à que levou Dunga à demissão, três anos atrás. Na fase de grupos da Copa América do Centenário, em 2016, o Brasil empatou por 0 x 0 contra o Equador, venceu o Haiti por 7 x 1 e chegou com os mesmos quatro pontos de hoje à terceira rodada, contra o Peru.

A derrota por 1 x 0, gol de Ruidíaz, com a mão, precipitou a demissão de Dunga.

Há diferenças entre as duas situações. Em 2016, dirigentes da CBF, questionados sobre o trabalho de Dunga, sexto colocado das eliminatórias, respondiam: "Temos a Copa América no meio." Em síntese, o torneio dos Estados Unidos poderia definir a demissão, em caso de fracasso. Confirmou-se.

Com Tite, é diferente. O discurso da CBF não é de teste, mas de uma etapa de trabalho na Copa América para que se chegue com força ao Catar, em 2022. A prática pode ser diferente, mas o discurso atual é bem diferente de 2016.

Há outras diferenças. O grupo de jogadores dava sinais de desgaste com Dunga. Hoje, o elenco gosta do trabalho de Tite.

Mas o time que não empolga e as vaias da torcida produzem desgastes e fazem reaparecer antigos debates, como o de ter seu filho, Matheus Bacchi, na comissão técnica. Justo questionamento.

Tite tem 38 jogos como treinador da seleção. São 30 vitórias, seis empates e duas derrotas. Só quatro vezes seu time não fez gol. O time que empatou contra a Venezuela tem apenas quatro titulares da derrota contra o Peru, em 2016: Alisson, Daniel Alves, Filipe Luís e Coutinho.

Dunga tinha quinze vitórias e duas derrotas em 19 partidas, em sua passagem entre 2014 e 2016. Naquele tempo, a derrota evidenciou o inevitável. Romper de novo por uma derrota parece repetir as loucuras de trabalhos interrompidos do futebol brasileiro.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.