Brasil vence jogo difícil com Gabriel Jesus e Daniel Alves impecáveis
A capacidade da seleção brasileira de rodar a bola com paciência, para sair da defesa mesmo quando é marcada por pressão, ainda é inversamente proporcional à maneira como a bola parece queimar em certos momentos de definição. No campo ofensivo, às vezes falta a força física, para se contrapor aos zagueiros. Por isso, depois de dez minutos iniciais bons, o Brasil viu a Argentina encorpar, com Messi à frente de uma linha de três homens composta por Aguero à direita, Lautaro por dentro e Acuña pela esquerda.
O resultado prático foi a primeira finalização da partida, de Paredes, por cima do gol de Alisson. Quando os argentinos pareciam melhores, Daniel Alves fez jogada brilhante, com chapéu e passe preciso para Firmino, aberto pela direita. O cruzamento alcançou Gabriel Jesus na entrada da pequena área. O artilheiro da era Tite não falhou. Fez 1 x 0, seu 17º gol.
Quando terminou a primeira etapa, a impressão ainda era de que, mesmo valente, o Brasil correu risco. Bola na trave de Aguero, em passe de Messi, que sempre levou tumulto à defesa quando arrancou em velocidade. A melhor chance da celeste e branca aconteceu em bola perdida por Casemiro e escorregão de Thiago Silva. Marquinhos bloqueou o chute de Aguero.
Foi o primeiro tempo com menor número de passes da seleção: 210. Menos do que os 226 da Argentina. Para tentar tirar a bola do meio-de-campo mais sólido dos rivais, Tite trocou Éverton Cebolinha por Willian.
Houve momentos de trocas de passes perfeitas, infiltrações bem feitas, como a de Gabriel Jesus, que ofereceu o gol a Coutinho aos 11 do segundo tempo. Em seguida, aos 12, Messi respondeu com um chute na trave e um cruzamento que passou por toda a pequena área sem um pé decisivo. Na arrancada seguinte, Daniel Alves puxou Messi e poderia ter recebido cartão vermelho.
A Argentina dava menos passes do que o Brasil no segundo tempo, o que confirmava o acerto de Tite no intervalo. Mas Messi ameaçava muito. A Argentina executava seu plano de empurrar o Brasil para trás. Em cobrança de falta, em dribles, em bolas perdidas por Casemiro. Ops… Numa destas, num dos raros chutes para o alto da defesa brasileira, a bola sobrou para Gabriel Jesus arrancar. Parecia seu último fôlego, mas ganhou de Otamendi, levou uma falta de vencida e tocou para o segundo gol, de Firmino.
Gabriel Jesus, de atuação gigante, só não foi maior do que Daniel Alves, impecável por noventa minutos. O Brasil venceu, porque jogou bem. Só seria possível ganhar jogando bem, porque a Argentina fez sua melhor exibição depois da Copa do Mundo.
Terça-feira, 2/julho/2019
BRASIL 2 x 0 ARGENTINA – 21h30
Local: Mineirão (Belo Horizonte); Juiz: Roddy Zambrano (Equador); Renda: R$ 18.744.445; Público: 52.235 (3.712); Gols: Gabriel Jesus 17 do 1º; Firmino 25 do 2º; Cartão amarelo: Tagliafico (8'), Marcos Acuña (39'), Daniel Alves (39'), Allan (83')
BRASIL: 1. Alisson (8), 13. Daniel Alves (10), 4. Marquinhos (8) (3. Miranda 18 do 2º (6,5)), 2. Thiago Silva (6,5) e 12. Alex Sandro (6); 5. Casemiro (6) e 8. Arthur (6); 9. Gabriel Jesus (9) (15. Allan 34 do 2º (sem nota)), 11. Coutinho (7) e 19. Éverton Cebolinha (5) (10. Willian, intervalo (6,5)); 20. Firmino (8). Técnico: Tite
ARGENTINA: 1. Armani (6), 2. Foyth (5), 17. Otamendi (5,5), 6. Pezzella (6) e 3. Tagliafico (5,5) (21. Dybala 39 do 2º (sem nota)); 5. Paredes (6), 16. De Paul (7) (20. Lo Celso 21 do 2º (6)) e 8. Marcos Acuña (7) (11. Di Maria 13 do 2º (6,5)); 22. Lautaro Martínez (6), 10. Messi (7,5) e 9. Aguero (7). Técnico: Lionel Scaloni
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