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Coluna do PVC

O balanço da Copa América

PVC

08/07/2019 10h01

O público pagante médio da Copa América foi de 30.574 por jogo.

Pouco em comparação com os 53.594 da Copa do Mundo. Também se o parâmetro for a penúltima Copa América, nos Estados Unidos: 46 mil por partida.

Lá foram 32 partidas, aqui 26, como no Chile, em 2015. O último torneio disputado na América do Sul, Chile 2015, teve 25 mil.

Frustrante é a comparação com a Argentina, em 2011, onde o público médio foi de 33 mil. O público presente no Brasil foi igual. Vale a lembrança de partidas, como a decisão no Maracanã, em que 18% dos espectadores não pagaram ingresso. Havia 69 mil torcedores na finalíssima, 11 mil de graça.

O nível técnico da Copa América foi igual ao de sempre. Copa América nunca foi um torneio comovente, nem quando o Chile metia 4 x 0 no Brasil, em 1987, nem quando a seleção ganhou, em 1989. Na edição de 30 anos atrás, a média de gols foi 2, 12 por partida. Desta vez, 2,31.

Não se viu Messi no auge da forma, como não se viu na Copa do Mundo da Rússia. Não se viu o Brasil jogando no nível que se espera, como não se vê há tempos. Eis o ponto. Há um processo de formação de uma nova seleção brasileira. Não parece certo falar em renovação num time que decidiu a final contra o Peru graças a garotos de 22 e 23 anos, casos de Gabriel Jesus, Richarlison, Arthur e Éverton Cebolinha.

Mas é óbvio que será necessário mudar peças aos poucos, nas laterais e no miolo de defesa. Candidatos para isso são Renan Lodi e Iago na lateral-esquerda, Militão no meio da zaga. Procura-se um lateral-direito.

O grande defeito a corrigir é o meio-de-campo. Arthur precisa agredir mais. Além disso, Coutinho não é o homem talhado para ser o organizador. Está claro. O meio-de-campo é o coração da equipe e precisa ser mais dominante.

De resto, a procura por um segundo protagonista, o parceiro de Neymar, que tenha o mesmo papel de definidor. Quem saiu com jeito de poder crescer, para alcançar esse patamar que ainda não tem, foi Gabriel Jesus.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.