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Coluna do PVC

Futevôlei de Neymar é compatível com recuperação, diz médico da seleção

PVC

10/07/2019 14h20

A pergunta mais repetida por quem assistiu a Neymar jogando futevôlei com o ex-lateral Gabriel, imagem do instagram de ontem, é como o craque não se reapresenta ao Paris Saint-Germain, alegando compromissos com seu instituto, mas pode divertir-se na areia. A segunda questão imediata é: ué, mas ele não foi cortado da Copa América por lesão no tornozelo?

Sempre há a chance de Neymar justificar que cumpre compromissos do instituto de manhã e há tempo para brincar com o futevôlei no fim de tarde. Então, a dúvida técnica teria de ser respondia pelos ortopedistas.

Rodrigo Lasmar, médico da seleção brasileira, responsável pelo diagnóstico que provocou o corte do craque, está de folga do Atlético Mineiro, seu clube, mas atendeu ao telefone para esclarecer o caso.

Segundo ele, depois do corte, a recuperação de Neymar passou a ser responsabilidade dos especialistas do Paris Saint-Germain.

O diagnóstico era de ruptura parcial de um ligamento do tornozelo direito. "A previsão era de quatro semanas de recuperação. Se ele estivesse num clube, já estaria no processo de transição, já entrando em campo para os primeiros treinos com bola", diz Rodrigo Lasmar. A lesão aconteceu no dia 5 de junho, há 35 dias.

Há dez dias, Neymar apareceu em imagens de redes sociais correndo na esteira. De acordo com o médico da seleção, tudo isso está dentro da previsão inicial. Mas ressalta que o acompanhamento é feito pelos profissionais do Paris Saint-Germain.

"Eu o avaliei quando nos visitou no vestiário do Mineirão, depois do jogo contra a Argentina. Ele está muito bem. Mas o tratamento foi acompanhado pelos médicos do PSG depois do corte da seleção", diz Lasmar.

A avaliação de Lasmar não exclui outras interpretações.

Por exemplo: Neymar precisava mesmo postar as imagens e correr o risco de provocar questionamentos sobre seu corte, se foi por lesão ou pelo caso Nájila? Não valia uma preocupação com a imagem dos médicos que o avaliaram?

Em segundo lugar, poderia se preocupar em parecer provocação ao Paris Saint-Germain, postar imagens de um jogo de futevôlei, num dia em que o clube francês afirma que, por contrato, deveria estar treinando, na França?

No primeiro caso, pode apenas desconsiderar a opinião pública. Mas tanto havia risco de causar dano à imagem de seus médicos que o primeiro procedimento jornalístico foi ouvir o médico responsável pelo corte.

No segundo caso, o risco é o presidente do PSG, Nasser Al Khelaifi, resolver não conversar mais com ninguém e apenas cumprir o contrato, esteja Neymar nos treinos ou não. O contrato que o craque assinou não tem multa de rescisão e o PSG pode não vender.

Em todas as hipóteses, está claro que Neymar não quer voltar a Paris. Ele se sente bem em Santos, Mangaratiba ou Barcelona, às margens do Mediterrâneo. Não se sente completo em Paris. Lá mora Ney. Não tem Mar.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.