Fluminense demite Fernando Diniz e acaba com o sintoma, não com a doença
A décima-oitava colocação do Campeonato Brasileiro seria motivo suficiente para trocar de técnico em qualquer situação neste país. Perder para CSA no Maracanã, mais ainda. A lembrança de que Fernando Diniz saiu do Athletico Paranaense em 19o lugar, com nove pontos na décima-segunda rodada e que, neste ano, pelo Flu, tinha os mesmos nove pontos, reforça a ideia. Então, é justo demitir Fernando Diniz?
Não é justo com o Fluminense.
Porque ao trocar o técnico, o Fluminense ataca o sintoma, mas não a doença. Pense nos jogadores que o Fluminense perde seguidamente. Quando chegou às Laranjeiras, Fernando Diniz tinha Ibañez, Calazans, Luciano, Everaldo e Ezequiel. Vá lá que o último nome é hoje reserva da lateral direita do Bahia, mas metade da primeira escalação de Fernando Diniz não está mais no clube. Casos especiais são os de Luciano e Everaldo, parte importante do Fluminense na única vitória em clássico neste ano, o Fla-Flu de fevereiro.
Sim, disputar dez clássicos e só vencer um também é argumento pela troca. Na cultura do futebol brasileito, tudo é argumento. Mas a doença está no clube que perde mais do que os cinco titulares de janeiro. Nos últimos anos o Fluminense descobre jogadores e os entrega de bandeja. Não se fala aqui da gestão Mario Bittencourt, que acabou de chegar. Mas do clube e de suas gestões dos últimos anos.
Scarpa é hoje o artilheiro do Palmeiras no ano. Wellington Silva fez gol da vitória do Internacional contra o Fortaleza. Wendell está na seleção olímpica, sem contar Sornoza, Ayrton Lucas, Richard, Richarlison… Uns melhores, outros piores, todos fariam o Fluminense mais forte.
Incrível contradição do futebol, Fernando Diniz foi criticado por fazer a bola circular sem conseguir finalizar e foi demitido ao perder um jogo por 1 x 0 em que o Fluminense chutou 33 vezes ao gol. Recorde dos últimos dois Campeonatos Brasileiros.
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