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Coluna do PVC

Jesus e Sampaoli farão decisão do primeiro turno

PVC

08/09/2019 17h23

O Flamengo enfrentará o Santos e terá a vantagem do empate numa simbólica decisão do primeiro turno, agendada para o próximo sábado, às 17 horas, no Maracanã.

Diante de 65 mil torcedores, estarão os dois times da tabela dirigidos por técnicos estrangeiros.

Significa dizer que o campeão simbólico da primeira metade do Brasileirão será gringo pela segunda vez consecutiva. No ano passado, o São Paulo liderou o primeiro turno, dirigido pelo uruguaio Diego Aguirre.

A decisão simboliza a influência estrangeira, mas é importante olhar para o passado para lembrar casos semelhantes, se não na história do Brasileirão, pelo menos nos estaduais, que foram base da temporada entre 1902 e 1971. Ou ainda mais, até a segunda metade dos anos 1980.

Impossível, no entanto, não entender a contribuição de Jorge Jesus e Sampaoli.

O Flamengo tem o melhor ataque dos pontos corridos depois de 18 rodadas. Só o Cruzeiro de 2013, dirigido por Marcelo Oliveira, conseguiu 41 gols nos torneios de 20 clubes.

Seu time varia taticamente. Parte do sistema 4-1-3-2, usado pelo Real Madrid de Jupp Heynckes na conquista da Liga dos Campeões de 1998, mas jamais escalado como prioridade no Brasil.

Justa a lembrança de que Jorge Jesus assumiu o Flamengo em terceiro lugar, mas recebeu quatro contratações, todas titulares hoje: Pablo Marí, Rafinha, Filipe Luís e Gérson. Também perdeu Léo Duarte, para o Milan.

Sob seu comando, o Flamengo marcou 26 gols e sofreu 9 no Brasileirão.

Jorge Sampaoli já era conhecido no Brasil como um dos melhores treinadores do continente, desde a conquista da Copa Sul-Americana de 2011, pela Universidad de Chile. Seu prestígio foi abalado pela campanha ruim na Copa do Mundo com a seleção da Argentina. Mas o que fez na seleção chilena é incontestável. Por isso, em coluna na Folha de S. Paulo, em dezembro, este colunista já tratava do treinador argentino como caso de sucesso se o Santos ajudasse.

Seu time joga prioritariamente no 4-1-4-1. Muita gente tem visto três zagueiros. Na saída de jogo, de fato, isto ocorre. Mas quando o time se recompõe, Jorge ou Felipe Jonathan fecham a linha de quatro defensivamente. Aconteceu também contra o Athletico Paranaense, no empate por 1 x 1.

Jogando mal, o Santos escapou de perder do Athletico com pênalti marcado pelo VAR e convertido por Carlos Sánchez, aos 45 minutos do segundo tempo. Viajará ao Maracanã com 37 pontos, dois a menos do que o Flamengo, numa disputa direta pelo simbólico troféu do primeiro turno.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.