Vágner Mancini: "Saí porque me senti constrangido e desprestigiado"
Depois de ler o depoimento de Leco sobre sua saída e sua suposta intenção de ser o treinador efetivo do São Paulo, Vágner Mancini conversou com este blog e deu sua versão sobre o pedido de demissão. Ele diz que saiu pela falta de comando e porque não julga correto que jogadores tomem as decisões. Disse que se sentiu constrangido e desprestigiado. Abaixo, o depoimento de Vágner Mancini, ex-coordenador técnico do São Paulo:
"Assim que o Cuca pediu demissão, o Raí e o Alexandre Pássaro me chamaram. Disseram que eu assumiria o time. Respondi que deveriam tomar a decisão que fosse mais correta para o clube. Responderam que entendiam que eu tinha o conhecimento do grupo, que já tinha feito isso uma vez. Recomendaram então que eu chamasse meu assistente-técnico, o Ânderson Batatais, que estava no interior de São Paulo, em Batatais. E chamasse também meu empresário, Fábio Mello, para tratar da nova situação. Desci para o treino, mas não dei a atividade, que foi dada pelo Pedro. Os jogadores que não tinham participado do jogo estavam em campo.
Quando voltei para minha sala, o Fábio Mello já tinha chegado. Quatro jogadores, Daniel Alves, Tiago Volpi, Pablo e Hernanes, tinham pedido para conversar com o Raí e o Alexandre Pássaro. Houve um momento em que tentei entrar na sala, mas me pediram para que eu esperasse um pouco do lado de fora.
Depois da conversa, o Leco e o Raí me disseram que tinham conversado com os jogadores e eles entendiam que o Fernando Diniz seria a melhor solução. Disseram que diante do depoimento ficaram na dúvida. Respondi que, então, não havia dúvida, porque eu pedia demissão naquela mesma hora. Pedi demissão,porque me senti constrangido e desprestigiado.
Constrangido por ter chamado as pessoas que trabalham comigo, como me pediram. Um problema do São Paulo é a falta de comando. Eu não concordo que os jogadores tomem as decisões. Acho legítimo ouvir as opiniões. Mas, se o Antony fosse pedir para trazer de volta o André Jardine, iriam aceitar? Ouvir os jogadores é legítimo, mas as decisões têm de ser tomadas pela diretoria. Eles disseram que gostariam que eu permanecesse como coordenador. Mas não achei correto continuar numa situação em que falta comando."
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