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Coluna do PVC

Lance de Willian foi bem anulado, mas não é simples como parece

PVC

30/09/2019 08h14

A comissão de arbitragem da CBF avaliará o jogo Internacional 1 x 1 Palmeiras com um erro do árbitro Braulio da Silva Machado. Era para dar falta ao Palmeiras, depois do gol de Bruno Henrique, anulado aos 40 minutos do segundo tempo. Em vez disso, reiniciou o jogo com falta para o Internacional.

Embora bem anulada, a jogada não é tão simples como parece. Willian toca a mão na bola e a nova regra indica que se paralise a jogada de gol sempre que houver toque de mão no ataque. Mas sua mão só toca a bola, porque o zagueiro Klaus comete falta e o derruba. Daí o árbitro Bráulio da Silva Machado ter indicado o sinal de vantagem na jogada concluída por Bruno Henrique.

Ao anular o gol, Bráulio marcou falta de Willian. Erro. O certo, com o gol anulado, seria tiro livre direto a favor do Palmeiras.

Esta é a indicação inicial que será observada na avaliação do árbitro do Beira-Rio.

De todos os analistas de arbitragem, apenas Carlos Eugênio Símon, do FOX Sports, entendeu que o gol deveria ser validado. Seu argumento é de que, como Willian tocou a mão na bola depois de ser empurrado, a anulação beneficiou o infrator. "Tem de se observar o espírito da regra", diz.

De fato, a jogada não é comum, porque a recomendação da Fifa não fala sobre o toque de mão forçado por uma falta sofrida. Não há jurisprudência, porque a nova recomendação entrou em vigor em 1 de julho. Mesmo assim, parece correta a anulação do gol.

O que não é mais admissível é que existam reclamações para todas as situações. O Palmeiras reclama da não expulsão de Gabriel, do Flamengo, contra o São Paulo, do não cartão amarelo a Jorge Jesus, contra o Santos, e da não marcação de pênalti sobre Guerrero, Em Flamengo x Internacional.

Os jogos do Flamengo não devem ser problema do Palmeiras, mesmo que a liderança esteja em jogo. O Palmeiras só perdeu a primeira colocação por culpa de seus erros depois da Copa América.

As reclamações em jogadas do Flamengo lembram Levir Culpi, técnico do Atlético Mineiro, afirmando que o campeonato de 2015 estava manchado. Ou Cuca lamentando o pênalti marcado de Gil sobre Ronaldo, em 2010. Ou todos nós cobrando da CBF que o VAR fosse rapidamente colocado em prática durante o campeonato de 2017.

Ou partimos da premissa de que a arbitragem acerta e erra para todos os lados ou não é preciso fazer campeonato de futebol.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.