Sócios-torcedores aumentaram 42% em cinco anos
O faturamento dos vinte clubes da Série A com seus programas de sócios-torcedores aumentou 42% nos últimos cinco anos e alcançou R$ 390 milhões. Embora a cifra ainda seja menor do que a do maior faturamento previsto no ano por um grande clube brasileiro (o Flamengo estima ter R$ 770 milhões no final do ano). A conta não inclui os números de Corinthians e CSA, por não discriminarem o dinheiro que vem dos sócios. Ou seja, o número poderia ser ainda maior.
Do total de R$ 5 bilhões de receitas dos vinte clubes da Série A, os sócios torcedores já representam 7,7% do total. Pode ser mais.
O levantamento é da Feng Brasil, empresa especializada em engajamento de fãs e que trabalha com programas de Flamengo, Santos e Vasco, além do Allianz Parque.
No meio da década de 2000, o Internacional deu o primeiro impulso ao programa de sócios. Seu objetivo era equilibrar o que o mercado publicitário não oferecia de patrocínios de camisa, no mercado fora do eixo Rio-São Paulo. Em 2005, enquanto o Corinthians faturava R$ 25 milhões da Samsung, que estampava sua marca no peito, o Internacional fazia R$ 30 milhões com sócios-torcedores. O Grêmio seguiu a mesma receita.
O resultado foi o Internacional campeão da Libertadores de 2006 e o Grêmio vice, em 2007. o Internacional foi vice-campeão brasileiro em 2005, 2006 e 2009, o Grêmio ficou em segundo em 2008. A lembrança de que um time gaúcho não ficava nos dois primeiros lugares do Brasileiro desde 1996 dá noção do que aquilo representou.
Ocorre que Grêmio e Internacional nunca fizeram do sócio-torcedor uma plataforma também para fidelizar torcedores para irem ao estádio. Ou pelo menos não pensaram cedo em condicionar a compra de ingressos para os jogos mais importantes à presença em todas as rodadas. O Corinthians foi o primeiro a fazer isso. O Palmeiras, em seguida. Hoje, quem quiser comprar ingresso na primeira pré-venda precisa de 80% de presença nos jogos. O resultado foi o crescimento da média de público.
O Corinthians foi campeão brasileiro de 2005, com Tévez e Nilmar, diante de 27 mil torcedores em média. Hoje, em quarto lugar no Brasileirão, tem 36 mil por jogo. Em 1994, o Palmeiras foi campeão brasileiro com 19 mil de média de público, para ver Edmundo, Evair, Zinho, César Sampaio, Antônio Carlos, Mazinho e Roberto Carlos. Hoje, segundo colocado no Brasileiro, tem 31 mil por jogo.
Há dois aspectos fundamentais. O sócio-torcedor faz a receita dos clubes crescer.
Também faz a média de público nos estádios aumentar. O Brasileirão sobreviveu a uma rodada com 5 mil torcedores em Santos x CSA, 6 mil em Atlético Mineiro x Ceará, 7 mil em Avaí x Bahia e se mantém com 21.321 torcedores por partida, melhor índice desde 1983.
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