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Coluna do PVC

A guerra jurídica de Sampaoli e o novo técnico do Santos

PVC

11/12/2019 12h48

Jorge Sampaoli diz que não pediu demissão do Santos, "oficialmente".

O advérbio é importante para entender a guerra jurídica que se inicia entre o técnico argentino e seu ex-clube.

Na segunda-feira (9), em reunião com o presidente José Carlos Peres, o treinador informou que pediria demissão se o Santos não mudasse seu contrato e incluísse uma cláusula com investimentos de R$ 100 milhões em reforços.

Peres respondeu que isso não tinha cabimento e a cláusula não seria incluída.

De fato, isso não é coisa que conste em contrato.

"Então eu vou embora", teria dito Sampaoli.

Peres disse que não aceitava a inclusão da multa, mas consultaria o Conselho Gestor.

No dia seguinte, informou a Sampaoli que o conselho vetou a mudança, como era óbvio. E que o Santos aceitava seu pedido de demissão.

Agora, o técnico argentino alega que não pediu demissão "oficialmente." Mas deixou claro que estava pedindo demissão se a cláusula absurda não entrasse no contrato.

Então, a data da demissão é terça-feira, 10 de dezembro.

E sua multa de R$ 10 milhões vale até 11 de dezembro.

Na conversa de segunda-feira (9), Sampaoli também pediu para retirar do contrato a multa de R$ 3 milhões de seus assistentes, o que não foi negociado quando Paulo Autuori retirou a cláusula rescisória do documento do treinador. Sampaoli exigiu também que a premiação por classificar o Santos para a Libertadores seja paga até dia 17 de dezembro.

O Conselho Gestor negou todos os pedidos.

O caso vai parar na Justiça. Sampaoli está desempregado, porque pediu demissão na segunda-feira e o pedido foi aceito na terça. A multa deve ser paga, porque valia até quarta-feira, 11 de dezembro. A não ser que algum advogado prove em tribunal que a cláusula era abusiva.

Virou uma guerra jurídica.

Sampaoli está livre para assinar com qualquer clube, mas terá de discutir nos tribunais a maneira como deixou a Vila Belmiro.

O Santos procurará novo treinador.

O nome mais comentado na manhã desta terça-feira é o do espanhol Miguel Angel Ramírez, campeão da Copa Sul-Americana pelo Independiente del Valle.

O argentino Ariel Holan,também cotado, não foi procurado, segundo seu agente Fernando Hidalgo. Pelo menos não recebeu nenhum contato até a metade do dia desta quarta-feira (11).

 

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.