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Coluna do PVC

Bruno Henrique é FlaTal

PVC

17/12/2019 15h02

O que começou a mudar o jogo contra o Al Hilal, no início do segundo tempo, foi a torcida. Na saída do Flamengo do vestiário, o hino cantado a toda voz e as canções tradicionais pareceram transformar o estádio Khalifa num pequeno Maracanã. Não do mesmo tamanho e emoção, porque havia perto de 10 mil rubro-negros, num estádio de 50 mil lugares. Mas os cantos pareceram contagiar os jogadores, que jogaram por quinze minutos "à Flamengo", como cobra Jorge Jesus.

Quando o Flamengo toca a bola e se desloca, é muito difícil segurar. O gol aos 3 minutos da segunda etapa foi mais uma demonstração disso, com triangulação de Gabriel, Bruno Henrique e De Arrascaeta, autor da pintura. Logo depois, De Arrascaeta pegou de primeira e lançou Gabriel em velocidade.

Talvez pelo número excessivo de partidas no ano (75), sobre o que Jorge Jesus chamou a atenção na entrevista coletiva de segunda-feira (16), o Flamengo não suportou mais do que quinze minutos de segundo tempo no seu ritmo comum. Gérson se esforçava, mas não repetia suas melhores atuações do ano e Jorge Jesus repetiu a alteração da Libertadores. Entrou Diego.

Quatro minutos depois, a circulação de bola voltou a aparecer,o Flamengo empurrou o Al Hilal para a defesa e Diego fez o passe para o cruzamento de Rafinha. Gol de Bruno Henrique. Mais quatro minutos e de novo Bruno Henrique fez a jogada fatal para o Al Hilal.

Sempre Bruno Henrique cortou para o fundo e cruzou. O zagueiro Al Bullayhi colocou contra sua própria meta.

O Flamengo esteve longe de seu melhor nível, Jorge Jesus repetiu o erro de começar a partida no 4-2-3-1, com Bruno Henrique muito aberto pela ponta esquerda e a equipe melhorou em sua formação mais tradicional. Bruno Henrique perto do gol é fatal.

O estádio Kalihfa não foi Maracanã. Mas a torcida fez sua parte e o Flamengo vai à final.

Foi a primeira semifinal sul-americana vencida no tempo normal desde River Plate 1 x 0 Sanfrecce Hiroshima, em 2015.

Foi a sexta virada do Flamengo sob o comando de Jorge Jesus.

 

SEMIFINAL

Terça-feira, 17/dezembro/2019

FLAMENGO 3 x 1 AL HILAL

Local: Khalifa (Doha); Juiz: Ismail Elfath (Estados Unidos); Gols: Al Dawsari 18 do 1º; De Arrascaeta 3, Bruno Henrique 32, Al Al Bulayhi (contra) 36 do 2º; Cartão amarelo: Bruno Henrique (19'), Giovinco (43'), Pablo Marí (45'), Al Bulayhi (47'), Al Dawsari (69'), Diego (87'); Expulsão: Carrillo 37 do 2o

FLAMENGO: 1. Diego Alves (6), 13. Rafinha (6,5), 3. Rodrigo Caio (6), 4. Pablo Marí (6) e 16. Filipe Luís (5); 5. William Arão (6) e 8. Gérson (6) (10. Diego 28 do 2º (7)); 7. Éverton Ribeiro (7), 14. De Arrascaeta (7,5) (25. Piris da Mota 46 do 2º (sem nota)) e 27. Bruno Henrique (9) (11. Vitinho 44 do 2º (sem nota); 9. Gabriel (7). Técnico: Jorge Jesus

AL HILAL: 1. Al Maliaouf (6), 2. Alburawk (4), 20. Jang (5,5), 5. Al Bulayhi (4) e 12. Al Sharani (6); 6. Cuellar (6) e 3. Carlos Eduardo (6,5); 19. Carrillo (6,5), 9. Giovinco (6,5) (77. Khrbin 25 do 2º (6)) e 29. Al Dawsari (7,5) (24. Al Abib 37 do 2º (sem nota)); 18. Gomis (5). Técnico: Razvan Lucescu

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.