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Coluna do PVC

Luxemburgo estreia para ter novo Palmeiras e novo Luxa

PVC

15/01/2020 04h39

O primeiro Palmeiras de 2020 entra em campo nesta quarta-feira às 22h30, na Flórida, contra o Atlético Nacional, escalado por Vanderlei Luxemburgo para uma nova versão do clube e também para uma nova etapa da carreira do próprio treinador.

Não é justo tratar este momento de sua carreira como o seu pior. Em 2000, logo depois de deixar a seleção brasileira sob acusações até mesmo em comissão  parlamentar de inquérito, Vanderlei Luxemburgo parecia muito mais perto do fundo do poço.

Em menos de um ano, recuperou-se e foi campeão paulista pelo Corinthians.

A diferença é que Luxemburgo começa esta temporada questionado, por estar há quinze anos sem conquistar um troféu nacional e aos 67 anos, o que poderia significar muito mais dificuldade para o reinício.

Quem convive com o treinador, percebe Luxemburgo entre dois cenários. Está extremamente motivado, julgando ter no Palmeiras uma oportunidade e um elenco capaz de lhe oferecer a recuperação.

Por outro lado, sua primeira avaliação do elenco terceiro colocado do Brasileiro indica necessidade de renovação. O Palmeiras tem um elenco caro e acomodado, mostram seus principais colaboradores. Jogadores como Lucas Lima, Scarpa e Zé Rafael não são apostados como soluções para a montagem de um time vencedor. Dudu é visto como um jogador em recuperação, por ter perdido desempenho na reta final de 2019.

Luxemburgo resume primeira semana de treinos no Palmeiras

TV Palmeiras/FAM

O novo Palmeiras começa com apostas da base, como Patrick de Paula, que pode formar a dupla de volantes com Bruno Henrique. Também com o potencial de Raphael Veiga apontado como indispensável para ter um meio-campista de participação efetiva, por organizar e desarmar.

No passado, Vanderlei Luxemburgo teve momento difíceis e recuperou-se. Por exemplo, depois de sua primeira passagem pelo Flamengo, em 1991. Passou por Guarani e Ponte Preta, antes de chegar ao Palmeiras para sua primeira experiência com troféu num clube de grande torcida — tinha sido campeão paulista pelo Bragantino em 1990.

O novo Palmeiras pode indicar também um novo Luxemburgo, capaz de ser moderno e vencedor, como não é em termos nacionais depois do Santos de 2004.

Luxemburgo continua sendo o técnico mais vezes campeão brasileiro, mesmo depois da unificação dos troféus pela CBF. Ele e Luiz Alonso Peres, o Lula, campeão da Taça Brasil cinco vezes pelo Santos, são os recordistas. Luxa ganhou pelo Palmeiras (1993-1994), Corinthians (1998), Cruzeiro (2003) e Santos (2004). Os dois últimos, após ter tido o final de sua carreira anunciado precocemente pelas investigações da CPI após sua queda da seleção brasileira.

A estreia de hoje se dará contra o Atlético Nacional, dirigido por Juan Carlos Osório, curiosamente um dos treinadores pensados pelo Palmeiras antes de sua contratação, depois do fracasso das negociações com Jorge Sampaoli.

Sua quinta passagem pelo Parque Antarctica faz do Palmeiras, outra vez, sua casa. Justamente o lugar onde conquistou o maior número de seus troféus. Vestido de verde, ganhou quatro estaduais (1993, 1994, 1996 e 2008), dois Brasileiros (1993 e 1994), um Rio-São Paulo (1993). Sua nova formação pretende ser agressiva, moderna e campeã.

Na história, ele já está como um dos maiores treinadores da história, não apenas do Palmeiras, mas de todo o futebol do Brasil.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.