O Atlético Paranaense venceu o Palmeiras no Allianz Parque no domingo de manhã porque tem um belo time de futebol. Otávio foi o melhor em campo. Iniciou todas as jogadas com categoria, enfiou bola perfeita para Crysan no iníciio do jogo e terminou fazendo todos os desarmes e passes precisos que o Atlético construía. No setor sul, superior, do Allianz Parque, a torcida rubro-negra gritava insana: A-tlé-ti-co!

Porque o Allianz Parque é um espetáculo, até os atleticanos tiveram espaço.

Como era de se esperar, havia quase 39 mil espectadores no Allianz Parque e só não tinha mais gente porque ainda há proibição para vender as 43 mil cadeiras existentes no palco. Havia gente de todo tipo e só não percebe isso quem olha só para sua própria vontade e ainda não visitou o Allianz. Tinha negro, japonês, mulher grávida, gente rica e gente que passa apuro no dia-a-dia… A melhor média de público do Brasileirão se confirmou e subiu. Agora são 33.800 por partida.

O palmeirense de hoje em dia é carente e caminha em massa, espreme as ruas da zona oeste de São Paulo e as pinta de verde de maneira comovente.

Falta uma coisa: um time pronto.

Terminado o jogo, um torcedor à minha frente que saiu de Bauru e chegou a São Paulo só para ver o Palmeiras disse que o time está fraco. O Palmeiras tem uma boa equipe para o padrão das equipes que se montam — ou melhor, não se montam — no Brasil. Oscilar e perder para o Atlético Paranaense montadinho na defesa e pronto para explorar uma bola parada é normal. Seria anormal se houvesse um time jogando em casa e com todo o espetáculo de torcida descrito acima, com o mesmo técnico e mos mesmos jogadores há oito meses.

Assim, só existe um time no Brasil: o Atlético Mineiro.

O Palmeiras vai disputar vaga na Libertadores e, se tiver sorte, pensar no título brasileiro.

O povo que esteve no Allianz Parque no domingo de manhã até aplaudiu o time após a derrota. Parece compreender o que está acontecendo. O novo Palmeiras está nascendo. Mas não está pronto para ser campeão brasileiro.