Robinho vai escolher entre o desafio e o conforto, entre Grêmio e Santos
PVC
22/01/2016 18h38
O Santos já tem um parceiro para pagar o salário de Robinho. Não o salário que ele recebia na última passagem. Nada perto de R$ 1 milhão. Mas Robinho pode ganhar até R$ 600 mil para jogar na Vila Belmiro em 2016.
O Grêmio não tem condição de pagar isso. Vai pagar bem e vai oferecer prêmios importantes. Mas o que Robinho terá como proposta do Grêmio será a visibilidade.
Mais do que isso, o desafio.
Toda vez que se fala de Robinho, citam-se as pedaladas e os títulos brasileiros do Santos em 2002 e 2004. Pouca gente avança no currículo do atacante. Campeão espanhol pelo Real Madrid em 2007 e 2008, campeão italiano pelo Milan em 2011… Se você disser isso no botequim, alguém vai perguntar se é verdade. Ninguém sabe.
Fora os títulos do início de carreira de Robinho, todo mundo vai se lembrar da Copa América de 2007. Ele foi protagonista. E na Copa do Mundo de 2010 poderia ser com o gol contra a Holanda. Mas o Brasil perdeu.
O Grêmio não sinaliza para Robinho com um salário astronômico. Precisa?
O que está diante de Robinho é a decisão do que ele quer para os últimos anos de sua carreira. O Grêmio quer o jogador que seja referência no vestiário, que aumente a auto-estima e faça garotos como Luan confiarem mais em si mesmos para entrar na briga por um título continental ou nacional, que não conquista desde 2001.
O Santos oferece mais dinheiro, porque ama Robinho tanto quanto Robinho ama o Santos. Este caso de amor não se discute. É um casamento quase perfeito, apesar das escapadas de Robinho quando o clube paulista não o queria perder… fez greve para jogar no Real Madrid, foi à China quando o Santos pensava em mantê-lo.
Mas o Santos é, para Robinho, a sala de sua casa.
Se ele optar pelo Santos, não estará errado. É justo.
Mas a decisão é um símbolo. Robinho quer o desafio ou o conforto, a felicidade de estar em casa.
Entre Santos e Grêmio, é isso o que está em jogo.
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
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