A Alemanha copiou a Itália e só venceu nos pênaltis
PVC
02/07/2016 18h13
A Alemanha virou o modelo do futebol nos últimos dois anos. O título mundial dá razão a isso e seguirá dando até a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. A Itália, eliminada na fase de grupos duas vezes nos últimos oito anos, foi o time mais diferente do ponto de vista tático na Eurocopa. Jogou sempre com três zagueiros, uma linha de cinco homens de meio-de-campo que se transformava em cinco na defesa, dependendo do posicionamento dos alas.
A Alemanha espelhou o sistema tático da Itália. Höwedes foi escalado pelo lado direito da defesa, mas como terceiro zagueiro, Boateng na sobra, Hummels pela esquerda. Hector mais liberado pela esquerda, marcava Florenzi e atacava. Do lado dele, depois de 65 minutos de equilíbrio, mas com a Itália mais forte taticamente, a Alemanha fez 1 x 0.
Mario Gomez, o centroavante que Joachim Löw precisou para substituir Miroslav Klose, saiu da área como se fosse armador e deixou o lateral Hector, do Colônia, na posição perfeita para o cruzamento. Ozil, até então bem marcado por Sturaro, fez 1 x 0.
Na história das competições oficiais, a Itália só conseguiu virar um jogo mata mata. Aconteceu na semifinal da Copa do Mundo de 1970, na prorrogação contra a Alemanha. O 2 x 3 virou 4 x 3 e o maior jogo de todos os Mundiais. A esperança da segunda virada veio no vacilo do zagueiro alemão Boateng, que subiu no meio da grande área com os braços esticados e bloqueou com eles a tentativa de cabeceio de Chiellini.
Bonucci, um monstro, empatou a partida na cobrança do pênalti. Senha para a quarta prorrogação e para a terceira decisão por pênaltis da Eurocopa.
O equilíbrio entre Itália e Alemanha é mais um sinal da linha estreita que separa as principais seleções do planeta. Com a diferença evidente de que desta vez tratava-se de um clássico. Por ser assim, não se pode menosprezar a Azzurra. Segue a sina de a Alemanha não vencer a Itália em partidas oficiais. Cinco jogos de Copas do Mundo, com dois empates por 0 x 0 (1962 e 1978) e três vitórias italianas (1970, 1982 e 2006). Quatro partidas de Eurocopa com três empates (1988, 1996 e 2016) e um triunfo da Azzurra (2012). Nos pênaltis, o texto foi diferente. Com gol da classificação marcado pelo lateral Hector.
2/julho/2016
ALEMANHA 1 x 1 ITÁLIA – 16h
Local: Noveau Stade (Bordeaux); Juiz: Viktor Kassai (Hungria); Público: 42.000; Gols: Ozil 20, Bonucci (pênalti) 33 do 2º; Cartão amarelo: Hummels, Di Sciglio, Sturaro, Parolo, Graziano Pellè, Giaccherini
ALEMANHA: 1. Neuer (7), 4. Höwedes (6), 17. Boateng (5) e 5. Hummels (6,5); 21.Kimmich (5,5), 18. Kroos (6), 6. Khedira (sem nota) (7. Schweinsteiger 16 do 1º (6,5)), 8. Ozil (6,5) e 3. Hector (7,5); 13. Thomas Muller (6,5) e 23. Mario Gomez (6,5) (11. Draxler 27 do 2º (6)). Técnico: Joachim Löw
ITÁLIA: 1. Buffon (7), 15. Barzagli (6,5), 19. Bonucci (7,5) e 3. Chiellini (7,5) (7. Zaza 15 do 2º da prorrogação (sem nota)); 8. Florenzi (6) (4. Darmian 41 do 2º (6)), 14. Sturaro (7), 18. Parolo (6,5), 23. Giaccherini (6,5) e 2. Di Sciglio (6); 17. Éder (6) (20. Insigne 3 do 2º da prorrogação (5)) e 9. Graziano Pellè (6,5). Técnico: Antonio Conte
Nos pênaltis: Insigne (gol), Kroos (gol), Zaza (por cima), Thomas Muller (Buffon), Bonucci (gol), Ozil (na trave), Pellè (fora), Draxler (gol), Bonucci (Neuer), Schweinsteiger (fora), Giaccherini (gol), Hummels (), Parolo (gol), Kimmich (gol), De Sciglio (gol), Boateng (gol), Darmian (Neuer), Hector (gol)
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
Sobre o Blog
O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.