Último ato de mandato, Nobre freia candidatura de Leila Pereira, da Crefisa
PVC
16/12/2016 17h31
Quase como último ato de seu mandato, antes da posse de Maurício Galiotte nesta sexta-feira, Paulo Nobre publicou uma resolução segundo a qual a sócia da Crefisa, Leila Pereira, não poderá se candidatar a conselheira do Palmeiras, em fevereiro. A polêmica envolve o período de Leila como sócia do clube. É necessário ter mais de oito anos como sócio atuante para concorrer ao Conselho Deliberativo. Pela documentação de Leila Pereira, ela teria tempo de sócia inferior a este período.
Ocorre que o ex-presidente Mustafá Contursi assinou documento avalizando que Leila Pereira é sócia desde os anos 90, num procedimento em que ele próprio favoreceu a entrada no clube de Eduardo José Farah, porque sua mulher, Josefina, era palmeirense. Leila seria uma espécie de sócia benemérita: "Isto vai se resolver com diálogo. O Palmeiras precisa ter os palmeirenses ilustres dentro do clube e já houve erros que afastaram pessoas que poderiam participar de maneira mais ativa em outros momentos, como muitos dos que formaram o grupo dos Eternos Palestrinos, na década passada", disse Mustafá Contursi. "A pergunta é se estão duvidando dela ou de mim. Porque eu assinei a entrada dela no clube muito tempo atrás", diz.
O marido de Leila Pereira e proprietário da Crefisa, José Roberto Lammachia, é sócio vitalício e entrou na Sociedade Esportiva Palmeiras em 1955. Segundo Mustafá Contursi, não foi feito o processo de incorporar Leila Pereira como sócia dependente, porque o título de Lammachia passaria a ser familiar e ele perderia o direito de ser vitalício.
A intenção de Leila Pereira é cumprir dois mandatos completos como conselheira e tornar-se candidata à presidência do Palmeiras. Dentro do clube, já houve quem dissesse que ela teria a ideia de trabalhar pela mudança do estatuto para não precisar esperar dois mandatos e candidatar-se à presidência mais brevemente.
Não é o primeiro problema político entre o Palmeiras e sua principal patrocinadora. Em novembro de 2015, os proprietários da Crefisa incomodaram-se com a ideia de o clube lançar uma camisa em homenagem à Parmalat e ameaçou romper o contrato. O entrave será o primeiro desafio para o novo presidente, Maurício Galiotte. "Este caso vai se resolver no âmbito administrativo", diz Mustafá Contursi.
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
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