Coritiba e Corinthians fazem zero a zero com saldo negativo
PVC
18/06/2017 13h56
A morte não causa mais espanto, como cantava a banda Titãs no final dos anos 1980. Isto explica por que o delegado Clóvis Galvão tenha confirmado a morte de um torcedor, depois desmentida. A barbárie já estava feita e as imagens evidenciam uma diferença entre os hooligans inglesese e os vândalos brasileiros.
Na Inglaterra, os jogos no final da manhã passaram a ser promovidos pelo interesse da televisão e também porque evitavam dar tempo para os beberrões encherem a cara e irem às redondezas do estádio brigar. Os uniformizados brasileiros cometem atrocidades aparentemente de cara lima, às 9h30 da manhã, como o coxa chutando o corintiano desmaiado no chão.
Se não tem nem a desculpa da bebedeira, só pode ser má índole. A imagem é evidente. O gordo chutando o corintiano caído. Ao delegado Clóvis Galvão, depois de simular eficiência confirmando a morte antes da hora, cabe identificar e punir o criminoso.
Ah, teve também o jogo.
O Corinthians não repetiu o desempenho das semanas anteriores e foi dominado pelo Coritiba no primeiro tempo. Pachequinho escalou Henrique Almeida pelo meio, pertinho de Alecsandro. Quando perdia a bola, deslocava-se para evitar a saída de bola de Fágner. Fazia quase uma linha de quatro homens à frente do volante Alan Santos.
O Corinthians mostrou evolução na troca de passes nos últimos jogos. Contra o Coritiba, não. Teve 54% de posse de bola, mas não chutou nenhuma bola no gol de Wilson, apesar de três finalizações fora do alvo e de um gol de Jô, anulado. Rodriguinho jogou à frente da linha de quatro homens do meio-de-campo, como segundo atacante.
Seria injusto dizer que não houve nada bom no Corinthians. Houve. A defesa não foi vazada. São 20 gols sofridos em 34 partidas oficiais no ano.
Mas, no geral, desta vez o Corinthians não foi bem.
Pior do que seu desempenho, só a estupidez na manhã curitibana.
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
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