Primeiro clássico da Copa tem problemas extra-campo dos dois lados
PVC
13/06/2018 12h18
O clássico ibérico entre Portugal e Espanha acontecerá na sexta-feira, às 15h, e será o primeiro grande jogo da Copa.
Nada contra a abertura, Rússia x Arábia Saudita. Será bom para ver os como os russos se comportarão como torcida e como equipe. Se terão chance de avançar às oitavas-de-final.
Mas jogaço mesmo será na sexta-feira às 15h.
A Espanha sem técnico contra os jogadores de Portugal sem emprego.
Ou quase. Rui Patrício, William Carvalho, Bruno Fernandes e Gélson Martins rescindiram por justa causa seus contratos com o Sporting, depois da agressão da torcida uniformizada no vestiário do Centro de Treinamento de Alcochete.
A Espanha solucionou como pôde a crise.
Importante entender o porquê. Luis Rubiales é o presidente da Real Federação Espanhola desde maio. Seu antecessor, Angel Maria Vilar, foi preso em julho de 2017, solto em agosto e destituído da presidência em dezembro. Rubiales dá uma demonstração de força, mas justa. Em qualquer empresa, o vazamento da informação de que seu funcionário está deixando o cargo o retirará de ação.
Lopetegui poderia ter negociado às claras e assumido o Real Madrid depois da Copa, mas o presidente tem o direito de se sentir traído, mesmo que não assuma isto publicamente, e demitir seu funcionário.
Hierro é uma solução precisa. Nunca foi técnico, mas conhece o vestiário da Roja (lembre-se de que o apelido Fúria foi aposentado), porque conviveu lá entre 2007 e 2011 e frequentava as discussões de barcelonistas e madridistas. o resíduo da demissão pode ser exatamente este. Imagine Piqué questionando como Sergio Ramos sabia que Lopetegui iria para o Real Madrid e foi cúmplice de uma suposta traição contra o presidente da Federação.
Qualquer técnico que chegasse a seu lugar cairia de pára-quedas dentro de uma possível guerra. Hierro, não. Sua missão será fazer a Espanha jogar de memória dos últimos vinte jogos invictos e unir os jogadores em torno do objetivo da busca da segunda estrela, pedida pelo rei Felipe VI.
A Espanha continua candidata ao título. Portugal jogará com nove jogadores atrás do meio-de-campo em busca de uma jogada genial de Gélson Martins, ou Bernardo Silva, ou Gonçalo Guedes e, principalmente, de Cristiano Ronaldo.
Espanha no 4-3-3 e com força no controle da bola
Portugal pode revezar o segundo atacante: ora Bernardo, ora Gélson
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.