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Copa do Nordeste é a taça do equilíbrio

PVC

15/01/2019 12h09

Desde que voltou ao calendário nacional, em 2013, depois de três anos de paralisação, a Copa do Nordeste foi disputada seis vezes e teve seis campeões diferentes: Campinense, Sport, Ceará, Santa Cruz, Bahia e Sampaio Corrêa. Nos últimos quatro torneios, quatro estados distintos ficaram com o título.

Ano passado, o sucesso de público, histórico, não se repetiu. Foram 2900 espectadores por partida, contra 6900 em 2017. Mas o sucesso da Copa do Nordeste alavancou o maior número de estados do Nordeste representados na Série A do Campeonato Brasileiro, desde que passou a haver acesso e descenso, em 1988.

Um desses novos estados representados é Alagoas, ausente da Série A desde 1986, quando o CSA terminou em 26o lugar.

Abaixo, a visão alagoana sobre a Copa do Nordeste. O texto é do comentarista Marlon Araújo, da FM Pajuçara e ex-técnico do CSA

POR MARLON ARAÚJO

Vai começar a Copa do Nordeste. A maior competição regional do país traz um novo regulamento, com mais jogos e competitividade. Em busca de mais atrativos, a Liga do Nordeste separou rivais em grupos diferentes proporcionando clássicos na fase de classificação, entre eles CSA x CRB, Bahia x Vitória, Santa Cruz x Náutico e Sampaio Corrêa x Moto Clube.
Com status de 'time da Série A', o CSA tem como grande objetivo melhorar o desempenho dos últimos anos, quando ficou na última colocação no grupo. Avançar de fase e poder ir adiante na competição é um objetivo claro.
O CRB conseguiu avançar a 2ª fase na competição do ano passado e fez jogos muitos competitivos contra o poderoso time do Ceará, que já carregava o status de estar na Série A.
Também existe uma diferença financeira entre CSA e CRB. Para a Copa do Nordeste, o CRB leva uma grande vantagem sobre o maior rival. O CRB receberá R$ 1,420 milhão, enquanto o CSA terá R$ 510 mil. A diferença é de quase R$ 1 milhão.

CSA
Após assegurar o acesso para Série A, o CSA busca dar sequência às últimas temporadas com conquistas, acessos e projeção nacional.
Para o começo da temporada, o time optou por uma grande reformulação do elenco. Manteve o técnico Marcelo Cabo, grande responsável pelo acesso, além de oito jogadores da base do ano passado. Contratou muitos jogadores, alguns com referência no mercado, como Matheus Sávio (ex-Flamengo), Régis (ex-São Paulo) e Patrick Fabiano, que construiu sua carreira no Kuwait, onde marcou mais de 300 gols. Com planejamento separado para o primeiro quadrimestre e depois para a Série A, o CSA optou por montar uma equipe com jovialidade trazendo vários jogadores jovens, com destaque para o atacante Lorran, que jogou a 2ª Divisão Carioca e fez base no Flamengo.

O time sofrerá com o calendário do futebol brasileiro. Entre a apresentação e a estreia foram 14 dias para que o técnico condicione, monte o time, aplique conceitos táticos e consiga o encaixe. Absolutamente impossível. Marcelo Cabo já revelou que usará duas equipes até o mês Copa do Nordeste: CSA busca crescer e CRB deseja a manutenção.

CRB
O CRB espera ter deixado 2018 para trás em todos os sentidos. Foi um ano ruim. Perdeu a possibilidade de conquistar o tetra campeonato, sofreu na Série B com risco de ser rebaixado, trocou três vezes de treinador, contratou diversos jogadores que não funcionaram e escapou na reta final graças ao trabalho do técnico Roberto Fernandes, do inspirado goleiro João Carlos, que, por sinal, foi para o CSA e da eficiência do meia Willians Santana, que desandou a fazer gols nos jogos decisivos. Com este cenário era imperioso mudar.

E o Galo mudou. Erasmo Damiani, ex-Palmeiras, Figueirense e Sel. Brasileira Olímpica, foi contratado como executivo de futebol. Ele buscou a contratação de diversos jogadores, trazendo nomes com experiência no mercado, como o zagueiro Guilherme Mattis, o volante Ferrugem, que no ano passado havia jogado pelo CSA e Victor Rangel, ex-Ponte Preta. Também apostou na manutenção de poucos jogadores, além do repatriamento de jogadores que já passaram pelo clube como os atacante Zé Carlos e Maílson, ambos defenderam o Criciúma na última temporada.

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Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.


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