Chelsea está na corda bamba mais do que Maurizio Sarri
PVC
19/02/2019 10h32
O pedido de cidadania de Israel por parte de Roman Abramovich, sua tentativa de viver na Suíça, com o governo suíço dificultando sua permanência por acusação de lavagem de dinheiro, tudo isso coincide com o pior período do Chelsea no século. Quinto colocado na Premier League da temporada passada, sexto neste ano, eliminado da Copa da Inglaterra pelo Manchester United na segunda-feira, o Chelsea está na corda bamba. Nesta semana, tem compromissos contra o Malmoe, pela Liga Europa, Manchester City, na final da Copa da Liga, e Tottenham, pela Premier League.
Sem se dar conta de que é o Chelsea quem está nas cordas, a torcida critica o técnico Maurizio Sarri. Contra o Manchester United, os cantos foram de "Fuck Sarriball." Sarriball foi como ficou apelidado o jogo de troca de passes do treinador Maurizio Sarri, quando dava certo. O Chelsea venceu os cinco primeiros jogos do Campeonato Inglês, liderou na segunda e quinta rodadas, período em que se exaltava a qualidade de Jorginho, como primeiro volante, Kanté como marcador pela direita, com Sarri reproduzindo o que Carlo Ancelotti fazia no Milan dos anos 2000 com Pirlo e Gattuso.
Tudo agora está no lixo. O "Fuck Sarriball" expõe um clube inglês que se importa mais com resultado do que com qualidade de jogo. O Chelsea venceu o Campeonato Inglês depois de 50 anos, com José Mourinho, técnico em três dos seis troféus da equipe da zona oeste de Londres. Os demais foram com Ted Drake, jogo bruto em 1955, Antonio Conte, com seu sistema sanfona que variava do 3-4-3 para o 5-4-1, em 2017.
Sarri é uma parte do problema. Nesta década, o Chelsea é o clube inglês com maior número de mudanças de treinador. Foram oito: Carlo Ancelotti, André Villas Boas, Roberto Di Matteo, Rafa Benítez, José Mourinho, Guus Hiddink, Antonio Conte, Maurizio Sarri. Parece o Tottenham nos tempos em que freqüentava o décimo lugar. Nem o Manchester United pós-Ferguson, com cinco trocas, se equipara.
A questão é que Abramovich parece cada dia mais distante. Isso parece maim relevante para o Chelsea ficar duas temporadas seguidas fora da Champions League, o que aconteceu pela última vez em 2002. Pré-Abramovich.
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
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