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Caso Jean expõe crise de liderança e falta de unidade de grupo no São Paulo

PVC

19/03/2019 11h18

Jean saiu andando em meio à reunião com o grupo de jogadores, na segunda-feira. A conversa era sobre a falta de união no vestiário, depois da derrota para o Palmeiras, no Pacaembu. Enquanto um grupo de atletas esperava para fazer a oração, comum entre os atletas, outra parte foi direto para o banho. A comissão técnica cobrou o comportamento dos que deixaram os colegas esperando, suados, depois da derrota. Jean reagiu afirmando que o São Paulo não perdeu por causa de sua decisão de ir tomar banho. A tréplica foi óbvia: o São Paulo não perdeu por causa disso. Mas deixa de vencer partidas, porque não há comportamento de grupo.

Por mais que a conversa só faça sentido levando em conta particularidades de vestiários de jogadores de futebol, ela simboliza a falta de unidade são-paulina. Uma série de fatos recentes, demonstrações de falta de liderança, levam a quebras no ambiente de trabalho.

Seja a garantia de que o técnico Diego Aguirre ficaria no cargo, mesmo com os desentendimentos com parte do elenco, e depois ser demitido, dando noção a muita gente de que os atletas ganharam o braço de ferro. Seja o presidente Leco criar comissão de fiscalização entre conselheiros, para avaliar se Raí e Alexandre Pássaro levam a ferro e fogo as contas do clube, depois das acusações de terem pago mais comissões do que foi anunciado, na compra de Diego Souza. Se a oposição desconfia, que discuta no Conselho Deliberativo. Nunca no Centro de Treinamento.

O líder da diretoria é o presidente, do departamento de futebol é o diretor-executivo, do vestiário é o treinador. As quebras de sintonia levam os jogadores a desconfiarem das lideranças. Rompe o ambiente.

Jogador de futebol testa autoridade o tempo todo.

O diagnóstico é que o novo elenco, a ser formado depois da chegada de Cuca, precisará definir líderes do elenco. Há alguns já identificados, como o goleiro Tiago Volpi. Líder por comportamento, mas que ainda não é unânime entre os atletas, porque seu desempenho em campo é irregular.

Com o elenco que possui e o investimento que realizou, o São Paulo é favorito para vencer no Anacleto Campanella, nesta quarta-feira (20), e rebaixar o São Caetano. A única arma do Azulão é unir todas as forças, todos os jogadores, em busca da salvação. A chance do São Caetano é ter a unidade que falta no Morumbi.

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Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.


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