A vergonha dos gramados da Copa América
PVC
24/06/2019 10h11
É raríssimo ver Messi errar um chute como o que mandou na arquibancada da Arena do Grêmio, na partida contra o Catar.
A bola chegava limpa, mas ao se aproximar de seu pé, um montinho traiçoeiro a fez saltar. Foi quase no aeroporto Salgado Filho.
Depois do jogo, o melhor jogador do planeta bradou contra os gramados da Copa América: "Todos são ruins."
A Argentina jogou na Fonte Nova, no Mineirão e na Arena do Grêmio. Dos três, o menos ruim parece ser o do Mineirão.
Messi tem toda a razão em sua reclamação Poderia pensar diferente apenas sobre dois campos: Itaquera e Morumbi.
Nesta ordem.
Em São Paulo, Tite elogiou o campo de Itaquera e foi questionado se poderia alertar a CBF sobre o estado péssimo dos gramados, que reflete no dia-a-dia dos times brasileiros. "Eu já falei", respondeu. A primeira apresentação incontestável da seleção brasileira depois da Copa do Mundo teve como aliado o terreno da Arena Corinthians. Dois dias antes, no CT do São Paulo, Tite trabalhou finalizações. A base do treino, contou, foi o cuidado com o passe. Se a bola chegasse limpa, deixaria o atacante em boa condição de finalizar.
Os campos do CT da Barra Funda e do estádio de Itaquera são bons.
Os demais, péssimos.
A vergonha da Copa América já é inevitável.
As reclamações de Messi, Dudamel e Tite têm de servir para um amplo trabalho de reforma dos terrenos para o dia-a-dia do futebol brasileiro. Não existe jogo bom se a bola não rolar.
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
Sobre o Blog
O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.