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Os argentinos entendem de futebol

PVC

03/07/2019 10h38

Em 14 partidas sob o comando de Lionel Scaloni, houve oito vitórias. Duas vezes contra o México, uma vez contra Nicarágua, Guatemala, Venezuela, Catar, Iraque e Marrocos.

Duas derrotas para o Brasil, uma para a Venezuela e outra para a Colômbia.

Alguém poderia usar como argumento o fato de que a Argentina não consegue vencer adversários fortes. Não ganhou de ninguém e, às vezes, não ganha nem dos fracos.

Mesmo assim, a entrevista de Lionel Scaloni foi repleta de perguntas que, equivocadamente, começavam com premissas de… "Lionel… Está claro que esta fue el mejor partido de Argentina desde muchos años…" ou "Lionel… jugar contra Brasil e ser superior te duele menos la eliminación?" Jogar contra o Brasil e ser superior faz doer menos a eliminação?"

À parte os puxa-saquismos, prevaleceu a ideia de que Lionel Scaloni ocupa uma função que não tem tido seqüência na seleção argentina e que dar chance de o trabalho prosseguir é o melhor a fazer neste momento.

Está no contexto o fato de a maior parte julgar que houve dois pênaltis não marcados para a Argentina. Na opinião deste colunista, houve um, de Daniel Alves em Aguero, no início lance que resultou no segundo gol do Brasil.

Com tudo isto, se o cenário fosse diferente, não se veria tamanha compreensão ao trabalho de um treinador da seleção brasileira. Qualquer treinador. Se o Brasil jogasse melhor do que a Argentina dentro de Buenos Aires, perdesse a partida e fosse eliminado, adeus qualquer sentido de justiça ou noção das etapas do trabalho a cumprir.

Ganhando isso já não existe… Muita gente não nota nem sequer a capacidade de o Brasil sair da defesa para o ataque trocando passes, mesmo quando é pressionado, como forçaram os argentinos.

A Argentina jogou uma grande partida na terça-feira. O trabalho de Scaloni tem de continuar.

Mas o Brasil também jogou bem. Precisa ter mais solidez no meio-de-campo, mais definição no ataque. Observações justas. Mas seria impossível vencer a Argentina, com a boa atuação de quinta-feira, se o Brasil não jogasse bem.

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Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.


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