Os erros de um ano atrás
PVC
06/07/2019 10h11
Neymar com as mãos na cabeça depois de uma defesa incrível de Courtois.
Faz exatamente um ano. Foi no dia 6 de julho, em Kazan, que a Bélgica eliminou o Brasil da Copa do Mundo.
Não dá para dizer que a preparação da seleção brasileira foi mal feita.
Mas dá para discutir se houve acerto em manter familiares tão próximos.
Tite ainda julga que sim. Tanto que havia famílias próximas ao hotel da seleção em Belo Horizonte.
Jogador tem todo o direito de se relacionar com quem ama nos momentos de folga.
Houve a surpresa e o bom planejamento dos belgas. O técnico Roberto Martínez, da Bélgica, disse há duas semanas ao repórter Alex Sabino, da Folha de S. Paulo, que precisava mudar taticamente sua equipe para surpreender o Brasil. Em vez do 3-4-1-2, jogou num 4-3-3.
Minutos antes do jogo começar, um integrante da delegação brasileira afirmou que Tite tinha dito, em sua palestra, que o Brasil poderia explorar o corredor às costas de De Bruyne, que havia jogado na linha de quatro do meio-de-campo nas primeiras partidas da Copa. Mas estava claro que De Bruyne não jogaria na mesma função.
Atuou por dentro, quase como centroavante falso, servindo Lukaku pela direita e Hazard pela esquerda.
Tite afirma que não disse nada sobre explorar o corredor de De Bruyne em sua palestra.
Mas o Brasil não encontrou De Bruyne na marcação, nem Lukaku, nem Hazard, no primeiro tempo.
No segundo tempo, melhorou muito. Poderia ter empatado o jogo.
Finalizou 26 vezes. A Bélgica, oito.
O placar do jogo não refletiu isso: Brasil fez um gol. A Bélgica, dois.
BRASIL 1 x 2 BÉLGICA – 15h, 21h
Local: Arena Kazan (Kazan); Juiz: Mirolad Mazic (Sérvia); Público: 42.873; Gols: Fernandinho (contra) 13, De Bruyne 31 do 1º; Renato Augusto 30 do 2º; Cartão amarelo: Alderweireld, Meunier, Fágner
BRASIL (4-1-4-1): 1. Alisson (6), 22. Fágner (6), 2. Thiago Silva (6,5), 3. Miranda (7,5) e 12. Marcelo (5,5); 17. Fernandinho (4); 19. Willian (5,5) (20. Firmino, intervalo (6)), 15. Paulinho (6) (8. Renato Augusto 28 do 2º (7)), 11. Coutinho (7,5) e 10.Neymar (5,5); 9. Gabriel Jesus (5) (7. Douglas Costa 12 do 2º (7)). Técnico: Tite
BÉLGICA (4-3-3): 1. Courtois (7,5), 15. Meunier (6,5), 2. Alderweireld (6), 4. Kompany (6,5) e 5. Vertonghen (6); 8. Fellaini (6,5), 6. Witsel (6,5) e 22. Chadli (6,5) (3. Vermaelen 37 do 2º (5)); 9. Lukaku (7,5) (17. Tielemans 41 do 2º (sem nota)), 7. De Bruyne (8,5) e 10. Hazard (7,5). Técnico: Roberto Martínez
Posse de bola – 57% x 43% – Finalizações – 26 x 8
Homem do jogo Fifa – De Bruyne
Homem do jogo PVC – De Bruyne
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
Sobre o Blog
O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.