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Vágner Mancini: "Saí porque me senti constrangido e desprestigiado"

PVC

28/09/2019 14h50

Depois de ler o depoimento de Leco sobre sua saída e sua suposta intenção de ser o treinador efetivo do São Paulo, Vágner Mancini conversou com este blog e deu sua versão sobre o pedido de demissão. Ele diz que saiu pela falta de comando e porque não julga correto que jogadores tomem as decisões. Disse que se sentiu constrangido e desprestigiado. Abaixo, o depoimento de Vágner Mancini, ex-coordenador técnico do São Paulo:

"Assim que o Cuca pediu demissão, o Raí e o Alexandre Pássaro me chamaram. Disseram que eu assumiria o time. Respondi que deveriam tomar a decisão que fosse mais correta para o clube. Responderam que entendiam que eu tinha o conhecimento do grupo, que já tinha feito isso uma vez. Recomendaram então que eu chamasse meu assistente-técnico, o Ânderson Batatais, que estava no interior de São Paulo, em Batatais. E chamasse também meu empresário, Fábio Mello, para tratar da nova situação. Desci para o treino, mas não dei a atividade, que foi dada pelo Pedro. Os jogadores que não tinham participado do jogo estavam em campo.

Quando voltei para minha sala, o Fábio Mello já tinha chegado. Quatro jogadores, Daniel Alves, Tiago Volpi,  Pablo e Hernanes, tinham pedido para conversar com o Raí e o Alexandre Pássaro. Houve um momento em que tentei entrar na sala, mas me pediram para que eu esperasse um pouco do lado de fora.

Depois da conversa, o Leco e o Raí me disseram que tinham conversado com os jogadores e eles entendiam que o Fernando Diniz seria a melhor solução. Disseram que diante do depoimento ficaram na dúvida. Respondi que, então, não havia dúvida, porque eu pedia demissão naquela mesma hora. Pedi demissão,porque me senti constrangido e desprestigiado.

Constrangido por ter chamado as pessoas que trabalham comigo, como me pediram. Um problema do São Paulo é a falta de comando. Eu não concordo que os jogadores tomem as decisões. Acho legítimo ouvir as opiniões. Mas, se o Antony fosse pedir para trazer de volta o André Jardine, iriam aceitar? Ouvir os jogadores é legítimo, mas as decisões têm de ser tomadas pela diretoria. Eles disseram que gostariam que eu permanecesse como coordenador. Mas não achei correto continuar numa situação em que falta comando."

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Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.


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