A sinuca de bico do Internacional
PVC
11/10/2019 18h42
Até mesmo no Internacional, há quem pondere sobre a decisão de demitir Odair Hellmann neste momento do ano.
Os jogadores pediram sua permanência. Poderia ser por preguiça, mas era por filosofia. A troca imediata significa, na prática, que o Inter não conseguirá ter o técnico que pretende para 2020. Ou Roger Machado, ou Tiago Nunes ou um estrangeiro.
Nenhuma das três hipóteses é viável agora.
Lembre-se de que o Internacional teve Jorge Fossatti e Diego Aguirre, dois internacionais nos últimos dez anos.
A direção do Internacional entendeu que o trabalho de Odair Hellmann apontava para cima, quando decidiu apoiá-lo, mas agora tinha chegado a seu limite. Criou uma sinuca, que pode implicar a contratação de alguém, por quem se tenha de torcer para classificar para a Libertadores, mas não muito porque poderia inviabilizar o projeto final, o técnico desejado para o ano que vem.
Melhor torcer a favor ou contra? A favor, é claro.
O exemplo favorável para o tampão 2019 é a contratação de Dorival Júnior, pelo Flamengo, há um ano. Pegou o Flamengo em quarto lugar, terminou vice-campeão. Mesmo que tenha começado três pontos atrás e terminado oito abaixo do campeão, a impressão foi de bom trabalho. Na época da eleição rubro-negra, o nome do técnico era descartável. Mas houve avanço.
No caso do Internacional, um técnico que dê certo não precisa ser desprezado em dezembro.
Se a única solução colorada for contratar um técnico que não seja o dos sonhos, mas que seja viável para um bom time no ano que vem, é justo que dê certo. E que, neste caso, prolongue seu contrato.
O Internacional necessita, em primeiro lugar, classificar-se para a Libertadores.
Em segundo lugar, escolher o técnico que faça o plano para 2020.
De modo mais racional, o Internacional precisa pagar dívidas, voltar a ser campeão gaúcho, voltar a vencer o Brasileiro e depois da Libertadores. Se o futebol fosse uma escada, a ordem dos degraus deveria ser esta.
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
Sobre o Blog
O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.