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Liverpool sobra contra Manchester City mudado taticamente

PVC

10/11/2019 13h36

O Manchester City se posicionou para bloquear os dois laterais do Liverpool. Sterling pela esquerda e Bernardo Silva pela direita tinham funções defensivas claras, com De Bruyne ao lado de Aguero, num 4-4-2 diferente do que Guardiola está acostumado a fazer. Parecia mesmo um 4-1-3-2, com Rodri mais recuado em comparação com Gundogan, que pressionava a saída de Fabinho, enquanto o volante espanhol esperava por Wijlandum.

Isto dependendo do lado da jogada, porque quando a saída se dava com Alexander-Arnold, o balanço fazia com que Rodri olhasse u pouco mais para Henderson e Bernardo fechasse na diagonal. Resultado, abria o corredor para Robertson. Foi assim a jogada do segundo gol, que lembrou a frase de Zico sobre como o Flamengo sofria contra o Fluminense, no início dos anos 1980, porque o tricolor tinha Edevaldo e Rubens Galaxe, capazes de passes para inverter o lado que matavam a teia de aranha, armada na pressão rubro-negra.

Quando Robertson recebeu a inversão de Alexander-Arnold e ficou com o corredor livre para cruzar e Salah marcar, o jogo já estava 1 x 0 para o Liverpool e a polêmica montada. Isto, porque a bola tocou no braço de Bernardo Silva, na seqüência do lateral Alexander-Arnold. O árbitro não entendeu como pênalti e, aparentemente, não viu o toque do avante português. A maior parte das opiniões no Brasil e na Inglaterra deram conta de que deveria ter parado a jogada.

Há um contraponto. Se não entendeu como pênalti e se só percebeu o toque de Bernardo pelo VAR, parar a jogada para marcar o toque no ataque do City seria beneficiar o infrator. A grande vantagem do árbitro de vídeo na Inglaterra é que o jogo é soberano. Foi assim neste caso.

Para marcar os laterais do Liverpool, o desenho tático do City lembrou muito o do Flamengo de Jorge Jesus. Um volante, uma linha de três armadores e dois atacantes. Neste caso, um dos avançados era De Bruyne.

O resultado final foi Liverpool 3 x 1. Nos confrontos entre os dois clubes, com Klopp num banco e Guardiola no outro, são sete vitórias do alemão, quatro empates e só duas do catalão.

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Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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