O melhor jogo do Brasileirão
PVC
13/11/2019 22h17
O duelo entre o melhor técnico do Brasil em 2019, Jorge Jesus, e o melhor brasileiro dos anos 1990 e 2000, foi muito equilibrado. É justo falar sobre o que Vanderlei Luxemburgo planejou para dificultar a vida de Jorge Jesus. O que desequilibrou o clássico Flamengo 4 x 4 Vasco foi Bruno Henrique.
Craque!
Não há outra palavra para descrever o momento de Bruno Henrique. A velocidade com que dispara do meio-de-campo em direção à grande área adversária, seja posicionado pela ponta esquerda, como fez no lance que resultou em cartão amarelo para Guarin, seja na jogada em que fez o quarto gol rubro-negro, lembra Usain Bolt no ápice.
Aqui não está a medida exata, o índice do recorde. Correr com a bola em alta velocidade é ainda mais difícil. Bruno Henrique desequilibra.
Mas o clássico foi equilibrado. O Flamengo fez 1 x 0 em grande jogada de Reinier, aos 38 segundos.
Certeza de massacre, só que não. O Vasco planejou o jogo organizado e usou a velocidade para fazer o que todos os times têm conseguido: o mano a mano. Marrony atrasou o contra-ataque, mas corrigiu a tempo e fez 1 x 1. Logo depois, Pikachu ficou um contra três e, mesmo assim, sofreu pênalti. A superioridade do Vasco no primeiro tempo só não foi vitória, por causa de um erro de Danilo Barcelos.
No segundo tempo, De Arrascaeta entrou em campo e mudou o posicionamento de Bruno Henrique. Virou atacante. O jogo não fluiu e tornou-se centroavante, num 4-3-3-, com Gabriel aberto pela direita. Puxou contra-ataque pela esquerda e criou jogada de perigo. Então, puxou pelo centro e fez o gol do 4 x 3.
Bruno Henrique foi o melhor do jogo.
E só não será manchete por décadas, porque Ribamar empatou o jogo nos acréscimos, num jogo incrível.
O melhor jogo do Brasileirão.
No duelo dos técnicos Jorge Jesus x Vanderlei Luxemburgo houve equilíbrio.
O Vasco não ganhou o jogo por causa de Bruno Henrique.
O Flamengo não venceu, porque o Vasco é muito grande.
Sobre o Autor
Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.
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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.